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Interior

Dono de construtora é preso por tráfico de armas

Em julho, Claudinei Tolentino Marques foi acusado de vender fuzil e pistolas até para traficante

Por Helio de Freitas, de Dourados | 15/05/2024 10:47
Viaturas da Polícia Federal na empresa de Claudinei Marques, nesta quarta (Foto: Direto das Ruas)
Viaturas da Polícia Federal na empresa de Claudinei Marques, nesta quarta (Foto: Direto das Ruas)

O empresário Claudinei Tolentino Marques, 42, foi preso nesta quarta-feira (15) pela Polícia Federal em Dourados, a 251 km de Campo Grande. Ele é um dos alvos das operações Sordidum e Prime, deflagradas simultaneamente em Mato Grosso do Sul, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba e São Paulo

Nesses 11 estados, são cumpridos 64 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária, sequestro de 90 imóveis e bloqueio de bens e valores de 80 pessoas e empresas investigadas por tráfico internacional de drogas e armas, evasão de divisas, falsificação de documentos públicos e até tortura.

O grupo é acusado de remeter drogas a países da América Central. Em três anos de investigação, a PF identificou pelo menos seis toneladas de cocaína enviadas pela organização criminosa.

A empresa de Claudinei, a Referência Construtora e Incorporadora, localizada na Avenida Dom Redovino Rizzardo, foi um dos endereços vasculhados pela PF em Dourados. Os policiais também estiveram na Primeira Linha Acabamentos e na Focco Imobiliária, ambas na Avenida Weimar Gonçalves Torres, e em dois condomínios de luxo, o Porto Madero e Porto Unique.

Veículos de luxo, armas, joias, relógios, dinheiro vivo e pelo menos três caminhões da Primeira Linha foram apreendidos.

Além de Dourados, em Mato Grosso do Sul foram cumpridos mandados em Campo Grande, Ponta Porã, Caarapó e Bonito; Lauro de Freitas (BA); Boca da Mata (AL); Duque de Caxias (RJ); Itapema, São José e Palhoça, em Santa Catarina; Minaçu e Goiânia, em Goiás; São Félix do Xingu, Xinguara, Tucumã e Redenção, no Pará; Cruzeiro do Sul, Ibaiti, Maringá e Curitiba, no Paraná; Confresa, Barra do Garças, Guiratinga e Tesouro, em Mato Grosso; Santa Fé do Sul (SP); e João Pessoa (PB).

Policiais deixam loja de armas carregando caixas de fuzis, em julho do ano passado (Foto: Arquivo)
Policiais deixam loja de armas carregando caixas de fuzis, em julho do ano passado (Foto: Arquivo)

Federal Armas – Em julho do ano passado, outra empresa de Claudinei, a Federal Armas, foi fechada por ordem judicial após o Dracco (Departamento de Repressão a Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, descobrir venda ilegal de fuzis até para traficante foragido da Justiça.

Na sede da empresa na Avenida Hayel Bon Faker, na casa de Claudinei e na casa de clientes da loja, foram apreendidas 33 armas, a maioria fuzis. Segundo o Dracco, além de vender as armas antes mesmo da emissão da nota fiscal, a empresa teria importado fuzis dos Estados Unidos sem autorização do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro.

O Campo Grande News apurou que Claudinei entrou na mira da polícia em 2000, quando o Dracco deflagrou a Operação Chacal, para prender Charles Miller Viola, apontado como sócio e operador dos negócios do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”.

Com nome de Carlos Roberto da Silva – identidade falsa que usou por duas décadas – Charles morava em uma mansão no condomínio de luxo Ecoville, em Dourados. A casa pertencia a Claudinei Marques.

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