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Interior

Em cárcere e tomando água suja, 15 trabalhadores viviam em condições degradantes

Operação, fruto de uma investigação detalhada, permitiu identificar a localização exata das vítimas

Por Viviane Oliveira | 28/11/2024 12:03


Galão com água suja disponível para os trabalhadores (Foto: divulgação)
Galão com água suja disponível para os trabalhadores (Foto: divulgação)

RESUMO

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Quinze trabalhadores foram resgatados em condições degradantes em uma fazenda no Pantanal de Corumbá, onde enfrentavam privação de água potável, alimentação insuficiente e restrições de liberdade. A operação, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Trabalho, revelou que os trabalhadores viviam em alojamentos improvisados, sem acesso a instalações sanitárias, e eram ameaçados para não denunciarem a situação. Além disso, outros casos de trabalho análogo à escravidão foram identificados, incluindo a exploração de indígenas paraguaios em Nova Andradina, que trabalhavam sem registro e em condições precárias. As vítimas estão recebendo assistência e os empregadores enfrentarão sanções legais.

Quinze trabalhadores que viviam sob condições degradantes e cárcere numa fazenda localizada no Pantanal de Corumbá, distante 428 quilômetros de Campo Grande, foram resgatados pela PF (Polícia Federal) e MPT (Ministério Público do Trabalho) nesta semana.

A operação foi deflagrada após denúncias graves de violações de direitos, como privação de água potável, alimentação insuficiente e impedimento de deixar o local localizado em região de difícil acesso, alcançado apenas após três dias de viagem de barco.

Conforme as investigações, os trabalhadores eram submetidos a condições desumanas: a água disponível era suja, causando frequentes episódios de diarreia, enquanto a alimentação fornecida semanalmente pelos empregadores era insuficiente, obrigando-os a caçar para complementar as refeições.

Água usada pelos trabalhadores para cozinhar e beber (Foto: divulgação)
Água usada pelos trabalhadores para cozinhar e beber (Foto: divulgação)

Os alojamentos eram improvisados com lonas, sem qualquer proteção contra animais, e não havia instalações sanitárias ou água para banho. Além disso, os trabalhadores eram ameaçados para que não denunciassem a situação.

A operação, fruto de uma investigação detalhada, permitiu identificar a localização exata dos trabalhadores e realizar o resgate com segurança. A força-tarefa garantiu assistência imediata às vítimas, que recebem acompanhamento e suporte para receber seus direitos trabalhistas e sociais. Os empregadores responderão por crimes e sanções administrativas e trabalhistas.  Assista, abaixo, ao vídeo.

Outro caso - Em Nova Andradina, entre os dias 18 a 22 de novembro, o MPT resgatou 27 adultos e quatro adolescentes traficados para trabalharem em MS. As vítimas são indígenas paraguaios, foram contratadas para realizar “arrancação” de mandioca e recebiam diárias de R$ 130. Eles não tinham registro em Carteira de Trabalho.

No local, havia banheiros precários e sem áreas de vivência. A alimentação precisava ser comprada pelos próprios trabalhadores. Além disso, nenhum exame admissional ou medida de saúde ocupacional foi realizado”, informou a nota do Ministério do Trabalho.

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