Com um voto contra, vereadores aprovam contas de Marcos Trad
Vereadores analisaram pareceres do TCE dos dois últimos anos da gestão de ex-prefeito
Os vereadores de Campo Grande aprovaram esta manhã as contas dos dois últimos anos de gestão do ex-prefeito Marcos Trad (PDT). Foram realizadas duas sessões, uma ordinária e outra extraordinária para a análise, que teve somente um voto contrário, de Luiza Ribeiro (PT).
RESUMO
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As contas de 2021 e 2022 do ex-prefeito Marcos Trad foram aprovadas pelos vereadores de Campo Grande, com apenas um voto contrário. Apesar de um parecer técnico do TCE/MS apontando falta de controle nas despesas com pessoal, a maioria dos vereadores seguiu a aprovação prévia do Tribunal. A vereadora Luiza Ribeiro votou contra, alegando irregularidades persistentes e prejuízos aos servidores efetivos devido a valores adicionais pagos a comissionados e contratações temporárias. Trad negou as irregularidades, atribuindo-as à gestão posterior, enquanto a prefeita Adriane Lopes, antes aliada, fez acusações contrárias durante a campanha eleitoral.
Os parlamentares receberam os pareceres prévios do TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado), que já aprovou a prestação de contas.
A votação não gerou debates. Única a se opor, Luiza mencionou que era contra a aprovação para seguir a manifestação da equipe técnica do TCE. Segundo disse, os técnicos da Corte Fiscal identificaram falta de controle nas despesas com pessoal, problema que segue sendo apontado pelo TCE, que até firmou um TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) com a prefeita Adriane Lopes (PP) no final do ano passado, após denúncias de existência de uma “folha secreta”, fixando prazos para uma série de correções, como pagamento de jetons e adicionais.
A vereadora apontou que “caminhava com a análise do grupo técnico”, ao apontar que a irregularidade se manteve nos anos posteriores ao do parecer rejeitado por ela, de 2021. Ela afirmou que pensava na condição dos servidores efetivos, porque o descontrole prejudica esse grupo.
Segundo ela, valores adicionais pagos a comissionados foram institucionalizados, além de persistirem contratações temporárias em detrimento de concurso público. Para a parlamentar, é preciso reprovar contas que não estejam organizadas.
A rejeição de contas do Executivo pelo Legislativo, por vício insanável e resultante de conduta proposital, é causa de inelegibilidade. Trad renunciou ao mandato em abril de 2022 para concorrer ao Governo do Estado, sendo derrotado. Nas eleições municipais deste ano, foi eleito a vereador, com a maior votação entre os candidatos.
Sem ressalvas - O ex-prefeito negou que tenha havido ressalva nas contas aprovadas pelo TCE e relatório enviado para análise pelos vereadores. Sustentou que entre a posição técnica da Corte e a “acidez” da vereadora, ele ficava com a primeira, apontando que todos os demais parlamentares foram favoráveis à aprovação.
Trad sustentou que não teve contas reprovadas e nem produziu valores ocultos na folha de pessoal enquanto prefeito. “Tenho holerites”, afirma, ao defender que irregularidades foram posteriores ao seu mandato. Antes aliados, ele e a prefeita se acusaram mutuamente durante a campanha deste ano sobre o tema da remuneração do funcionalismo. Já reeleita, ela chegou a dizer que cortes em salários eram fato consumado para corrigir problemas herdados, o que ele negou.
* Matéria atualizada às 13:48 para acréscimo de informações.
