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Interior

Estrada integra região isolada do Pantanal e fortalece setor produtivo

Silvio Andrade, especial para o Campo Grande News | 11/05/2018 10:27
Com a recuperação da estrada, 29 km da MS-243, obstáculos como trechos de inundação e brejo foram superados.
Com a recuperação da estrada, 29 km da MS-243, obstáculos como trechos de inundação e brejo foram superados.

“Com a chegada da cheia no Nabileque, tiramos o gado pelo cascalho, sem perdas, graças a estrada aberta pelo governo”, comemora o invernista Antônio Albuquerque dos Santos, 75, pantaneiro tradicional da subregião do Pantanal que se estende por Miranda, Corumbá e Porto Murtinho. O Governo do Estado abriu 29 km da MS-243, superando trechos de inundação e brejo, para atender a produção pecuária local.

A MS-243 se estendia por 89 km da BR-262 (Guaicurus, em Miranda) até a Fazenda Jatobá, na beira do Rio Nabileque, em Corumbá, e as grandes fazendas de criação de boi gordo localizados entre este ponto e o Rio Paraguai tinham dificuldades para escoar a produção por falta de acesso. O boi saia a pé e na cheia do Pantanal centenas morriam carregados pela correnteza, como se recorda o ex-peão Antônio Albuquerque, dono da Fazenda Capim Gordura.

Antônio Albuquerque dos Santos comemora retirada do gado com segurança. (foto Denilson Secreta)
Antônio Albuquerque dos Santos comemora retirada do gado com segurança. (foto Denilson Secreta)

“Eu conheço o Nabileque desde 1959, quando ocorreu a maior cheia. A gente nunca teve estrada, era a maior dificuldade, um isolamento incompreensível para uma região de alta produção. O gado nadava uma semana para chegar na ponte do Nabileque, onde era embarcado, e os prejuízos eram enormes com a morte de animais pelo caminho”, afirma o pecuarista.

Obras em licitação

Por determinação do governador Reinaldo Azambuja, a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) implantou 29 km de estrada com a ajuda dos fazendeiros, que assumiram os custos do serviço de aterro. A Agesul executou a parte de revestimento primário (cascalhamento) e se prepara para investir R$ 2,8 milhões com a construção de três pontes de concreto e cinco boeiros e drenagem, obras que serão licitadas no prazo de 30 dias.

A chegada da MS-243 em trechos intransitáveis do Nabileque gerou uma nova expectativa econômica na região e, além de reduzir custos, os pantaneiros estimam o aumento da produção bovina a partir deste ano. “É a estrada do nosso sonho”, sintetiza Antônio Albuquerque, lembrando que os governos anteriores também prometeram o acesso e não cumpriram. “O Reinaldo foi parceiro e estamos todos de parabéns”, avaliza.

Também criador, Rodrigo Ceni (Fazenda São Sebastião), destaca o compromisso do Governo do Estado com o setor produtivo e, em especial, com o pantaneiro. “Não tínhamos mais esperança no prolongamento da estrada, parecia algo impossível, mas o governador Reinaldo Azambuja foi sensível e entendeu nosso drama”, diz ele. “Hoje temos uma estrada ótima, pontes reformadas; antigamente, nem burro passava; agora, carro trafega a 80 km por hora.”

Mesmo com a cheia, estrada garante circulação de veículos e gado da região mais isolada do Pantanal. (foto divulgação)
Mesmo com a cheia, estrada garante circulação de veículos e gado da região mais isolada do Pantanal. (foto divulgação)

Os fazendeiros contabilizam a saída de 350 mil animais de áreas inundáveis nos últimos meses, com a chegada da cheia, sem perdas, fator que refletirá na rentabilidade da atividade extensiva no Pantanal. “O gado agora caminha no cascalho e a estrada está ótima”, afirma o invernista Antônio Albuquerque, um entusiasta do que chama de nova era para a pecuária do Nabileque. “Essa obra do governo é uma benção, ganhamos uma loteria!”, enfatiza.

Rota da produção

A manutenção do trecho antigo e a abertura de 29 km da MS-243 integram o pacote de investimentos do Governo do Estado em infraestrutura, com a implantação, pavimentação e cascalhamento de estradas de acesso aos principais destinos de turismo e também aos centros de criação de gado no Pantanal. A meta do governo é criar uma rota rodoviária estadual de 1.000 km, integrando dez municípios das regiões Norte, Oeste e Sul.

Para o governador Reinaldo Azambuja, o Estado cumpre seu papel de garantir o desenvolvimento do agronegócio e do turismo ao implantar novas alternativas logísticas, propiciando melhor acesso principalmente em regiões isoladas, como o Pantanal. Os investimentos vão atender a uma rota ecológica de 630 km. “Estamos viabilizando um corredor em potencial e, com isso, também gerando emprego e renda”, afirma.

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