ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, SEXTA  06    CAMPO GRANDE 21º

Direto das Ruas

Mãe denuncia bullying e falta de apoio para filho com deficiência em escola

Nesta manhã, familiares do adolescente protestaram em frente à unidade escolar com cartazes

Por Viviane Oliveira | 06/06/2025 11:31
Mãe denuncia bullying e falta de apoio para filho com deficiência em escola
Cartazes que foram utilizados durante o protesto realizado nesta manhã (Foto: Direto das Ruas)

No dia em que completa 13 anos, um estudante com deficiência intelectual e microcefalia enfrenta não apenas as dificuldades da condição, mas também o abandono escolar e o preconceito por parte de colegas. A denúncia é feita por uma dona de casa de 28 anos, mãe do adolescente, que estuda numa escola estadual, em Terenos, cidade a 31 quilômetros de Campo Grande. Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Um estudante de 13 anos com deficiência intelectual e microcefalia enfrenta bullying e falta de suporte educacional em uma escola estadual de Terenos, Mato Grosso do Sul. O adolescente, que foi transferido há dois meses de uma escola municipal, tem sido alvo de ofensas e discriminação por parte dos colegas, incluindo mensagens depreciativas em grupo de WhatsApp. A mãe do aluno denunciou a situação à direção escolar e organizou um protesto exigindo a designação de professor de apoio e medidas contra o bullying. A Secretaria de Estado de Educação informou que está apurando o caso e realizou ação de conscientização na escola. Mato Grosso do Sul ocupa a oitava posição no ranking nacional de ocorrências de bullying.

Conforme a mãe, o filho, aluno do 8º ano, foi transferido há dois meses de uma escola da rede municipal para a unidade estadual, por estar mais próxima da casa da família. Na escola anterior, ele tinha acompanhamento de um professor de apoio e, segundo ela, não sofria discriminação. “Agora ele não quer mais ir para a escola. Chamam ele de burro, de mijão. Isso machuca. Ele precisa de ajuda, mas está sozinho”, desabafa.

A situação se agravou nesta semana, quando a mãe encontrou, no celular do filho, um grupo de mensagens criado por colegas da escola com ofensas e xingamentos. “Chamaram ele de animal, disseram que tinham medo dele. Meu filho não viu porque não sabe ler nem escrever. Eu apaguei tudo na hora, fiquei nervosa e não tirei print”, relata. O menino utiliza o celular para se comunicar com a família por meio de chamadas de vídeo.

Ainda conforme a mãe, a direção da escola foi procurada, mas nenhuma providência foi tomada até o momento. Diante da omissão, familiares organizaram um protesto na manhã desta sexta-feira (7) em frente à escola, cobrando a designação de professor de apoio e medidas contra o bullying.

Em nota enviada ao Campo Grande News, a SED (Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul) informou que uma ação de conscientização sobre bullying foi realizada nesta manhã na escola. Segundo a pasta, a direção da unidade escolar foi procurada pela mãe na quarta-feira (5), e o caso está sendo apurado. A secretaria afirma que os responsáveis serão identificados e as sanções cabíveis aplicadas, conforme o Regimento Escolar.

Quanto à ausência de professor de apoio, a secretaria justificou que não houve designação após avaliação da equipe responsável pela Educação Especial. O estudante, no entanto, frequenta a Sala de Recursos Multifuncionais, destinada a alunos com necessidades específicas. O caso está sendo acompanhado pela Coordenadoria Regional de Educação Metropolitana.

Mãe denuncia bullying e falta de apoio para filho com deficiência em escola
Nesta manhã, escola realizou palestra de conscientização contra o bullying (Foto: divulgação / SED)

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 indicam que Mato Grosso do Sul ocupa a oitava posição no ranking nacional de ocorrências de bullying, com mais de 46% das escolas públicas registrando casos desse tipo de violência.

“O tipo de violência mais frequente na infância e no início da adolescência é o bullying”, destacou Maria Fernanda Tourinho Peres, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Estudos sobre Violência e Saúde.

Segundo a especialista, o bullying é uma forma de violência persistente. “Não é uma situação que acontece uma vez e se esgota. Tende a ser recorrente, quando um aluno ou adolescente se torna sistematicamente alvo desse tipo de agressão”, explicou em entrevista divulgada pela Agência Brasil.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias