ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
SETEMBRO, SÁBADO  21    CAMPO GRANDE 21º

Interior

Mulher reclama de negligência de equipe de enfermagem: “Vi a minha mãe morrendo”

Segundo a filha da paciente, a família só queria que a mãe tivesse tido um atendimento humanizado

Viviane Oliveira | 26/10/2022 12:22
Meire morreu às 5h45 de domingo (Foto: arquivo da família)
Meire morreu às 5h45 de domingo (Foto: arquivo da família)

A professora Andréa Lipu, de 33 anos, reclamou do atendimento da equipe de enfermagem que atendeu a sua mãe, Meire Lipu, de 59 anos, no último sábado (22), no Hospital Estácio Muniz, em Aquidauana, distante 141 quilômetros de Campo Grande. "Eu vi a minha mãe morrer", disse.

Segundo Andréa, na sexta-feira (21), a mãe foi levada para o posto de saúde onde foi diagnosticada com gripe alérgica. No dia seguinte, como não houve melhora, Meire foi levada para o hospital, por volta das 5h.

Meire passou por vários exames médicos e foi constatado que estava com infecção grave no sangue e com o pulmão comprometido. “Ela foi medicada e muito bem atendida. Não tenho o que reclamar do plantão do dia”, contou.  A paciente também fez o teste da covid-19, que deu negativo. Por volta das 18h, mudou o plantão e a mãe passou a ser atendida por outro profissional, que também prestou todo o atendimento que a paciente precisava.

“Às 22h, minha mãe começou a passar mal. Vi que ela estava piorando e fui avisar a equipe de técnicos de enfermagem. Eles falaram que a minha mãe estava medicada e só o enfermeiro é quem podia entrar em contato com o médico. Só que eles não achavam o enfermeiro em lugar nenhum, porque ele estava dormindo”, contou.

Foi então que começou a saga da professora para que alguém fosse ao quarto atender a mãe que, até então, recebia atendimento na clínica da unidade. “Fui ao pronto-socorro tentar a enfermeira de lá para que alguém fosse chamar o médico, mas ela me disse que não falava com paciente, só com o enfermeiro. Eu expliquei que o enfermeiro estava dormindo e ninguém o encontrava”, contou.

Andréa passou a noite e a madrugada tentando acionar o médico, mas a informação era sempre a mesma. “Era só o enfermeiro do plantão que poderia acioná-lo. Quando foram atender a minha mãe, ela já estava em parada cardiorrespiratória. Tentaram reanimá-la, mas ela faleceu às 5h45 de domingo (23)”, contou.

Segundo ela, a família ainda tenta entender porquê os técnicos de enfermagem não foram chamar o doutor, por que precisava ser um enfermeiro? "Não posso julgar a conduta do médico porque ele nem sabia o que estava acontecendo", afirmou.

"A gente só queria que a minha mãe tivesse um atendimento humanizado. O estado de saúde dela era grave, a gente sabia disso. Repúdio aos técnicos de enfermagem que me viram clamando por ajuda e só diziam que estavam fazendo só o que o médico havia prescrito. Porque não foram atrás do enfermeiro responsável", lamentou.

A direção do Hospital Regional Dr Estácio Muniz se solidariza com a dor da família e vai apurar todos os fatos para que providências cabíveis sejam tomadas. Ainda, reforça que é feito o possível para que todos tenham condições de trabalho dentro da Unidade Hospitalar para que os pacientes e acompanhantes sejam bem assistidos e atendidos, esperando de toda a equipe atendimento humanizado.

Nos siga no Google Notícias