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Interior

Mulher reclama de negligência de equipe de enfermagem: “Vi a minha mãe morrendo”

Segundo a filha da paciente, a família só queria que a mãe tivesse tido um atendimento humanizado

Viviane Oliveira | 26/10/2022 12:22
Meire morreu às 5h45 de domingo (Foto: arquivo da família)
Meire morreu às 5h45 de domingo (Foto: arquivo da família)

A professora Andréa Lipu, de 33 anos, reclamou do atendimento da equipe de enfermagem que atendeu a sua mãe, Meire Lipu, de 59 anos, no último sábado (22), no Hospital Estácio Muniz, em Aquidauana, distante 141 quilômetros de Campo Grande. "Eu vi a minha mãe morrer", disse.

Segundo Andréa, na sexta-feira (21), a mãe foi levada para o posto de saúde onde foi diagnosticada com gripe alérgica. No dia seguinte, como não houve melhora, Meire foi levada para o hospital, por volta das 5h.

Meire passou por vários exames médicos e foi constatado que estava com infecção grave no sangue e com o pulmão comprometido. “Ela foi medicada e muito bem atendida. Não tenho o que reclamar do plantão do dia”, contou.  A paciente também fez o teste da covid-19, que deu negativo. Por volta das 18h, mudou o plantão e a mãe passou a ser atendida por outro profissional, que também prestou todo o atendimento que a paciente precisava.

“Às 22h, minha mãe começou a passar mal. Vi que ela estava piorando e fui avisar a equipe de técnicos de enfermagem. Eles falaram que a minha mãe estava medicada e só o enfermeiro é quem podia entrar em contato com o médico. Só que eles não achavam o enfermeiro em lugar nenhum, porque ele estava dormindo”, contou.

Foi então que começou a saga da professora para que alguém fosse ao quarto atender a mãe que, até então, recebia atendimento na clínica da unidade. “Fui ao pronto-socorro tentar a enfermeira de lá para que alguém fosse chamar o médico, mas ela me disse que não falava com paciente, só com o enfermeiro. Eu expliquei que o enfermeiro estava dormindo e ninguém o encontrava”, contou.

Andréa passou a noite e a madrugada tentando acionar o médico, mas a informação era sempre a mesma. “Era só o enfermeiro do plantão que poderia acioná-lo. Quando foram atender a minha mãe, ela já estava em parada cardiorrespiratória. Tentaram reanimá-la, mas ela faleceu às 5h45 de domingo (23)”, contou.

Segundo ela, a família ainda tenta entender porquê os técnicos de enfermagem não foram chamar o doutor, por que precisava ser um enfermeiro? "Não posso julgar a conduta do médico porque ele nem sabia o que estava acontecendo", afirmou.

"A gente só queria que a minha mãe tivesse um atendimento humanizado. O estado de saúde dela era grave, a gente sabia disso. Repúdio aos técnicos de enfermagem que me viram clamando por ajuda e só diziam que estavam fazendo só o que o médico havia prescrito. Porque não foram atrás do enfermeiro responsável", lamentou.

A direção do Hospital Regional Dr Estácio Muniz se solidariza com a dor da família e vai apurar todos os fatos para que providências cabíveis sejam tomadas. Ainda, reforça que é feito o possível para que todos tenham condições de trabalho dentro da Unidade Hospitalar para que os pacientes e acompanhantes sejam bem assistidos e atendidos, esperando de toda a equipe atendimento humanizado.

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