Para acabar com fila dupla, prefeitura quer instalar parquímetro em escolas
A Agência Municipal de Transporte e Trânsito até tenta acabar com as filas duplas em frente a escolas, principalmente da área central, mas muitos condutores de Dourados, a 233 km de Campo Grande, desrespeitam a sinalização e continuam parando no meio da rua para o filho descer ou entrar no carro. Nem mesmo as faixas pintadas em amarelo proibindo estacionamento resolvem o problema e a solução pode ser a instalação de parquímetro.
Nesta quarta-feira por volta de 11h30, vários carros foram vistos parados em fila dupla ou sobre a faixa de pedestre em escolas do centro, principalmente em frente a um estabelecimento da rede estadual de ensino, localizada na rua Ciro Melo.
O meio-fio do lado esquerdo da via, que é mão única, foi pintado de amarelo pela prefeitura e no local foram instaladas placas informando que no horário de entrada e saída das aulas só é permitido parar para embarque e desembarque. Medida semelhante foi adotada em outras 22 escolas da cidade.
Mas o alerta parece ser inútil. Alguns condutores estacionam mesmo com faixa amarela e deixam o carro em local proibido por horas. Outros simplesmente param no meio da rua para que o filho possa entrar no veículo.
O diretor da Agetran (Agência de Transporte de Trânsito) de Dourados, Nelson Almirão, informou que o prefeito Murilo Zauith (PSB) mandou comprar um equipamento exclusivamente para pintar a sinalização nos arredores de 122 estabelecimentos públicos e privados de ensino existentes na cidade e nos distritos, incluindo escolas e faculdades. Em 23 o serviço já foi feito, mas a prefeitura teve de fazer uma nova licitação para comprar tinta e o trabalho será retomado em duas semanas.
Segundo Nelson Almirão, o problema das filas duplas e carros estacionados em locais irregulares diminuiu após a delimitação de espaço para embarque e desembarque, mas ainda não acabou. “Por isso na próxima semana vamos colocar os agentes de trânsito para fiscalizar os pontos mais problemáticos”, anunciou.
Parquímetro – Outra medida que deve ser adotada pela prefeitura em 2015 em frente a escolas é a instalação de estacionamento rotativo controlado por parquímetro, como já existe no centro comercial.
Para o diretor da Agetran, a principal causa da fila dupla é a falta de espaço para o pai ou a mãe parar o carro para pegar ou deixar o filho. “Estamos fazendo estudos e onde a faixa amarela não resolver, a solução para garantir a segurança dos alunos vai ser o parquímetro”, afirmou Almirão.
Segundo ele, dessa forma os funcionários das escolas e pessoas que trabalham nos arredores não poderão deixar os carros ocupando o espaço o tempo todo, como existe atualmente.
A ampliação do parquímetro está prevista na licitação que a prefeitura deve fazer o ano que vem para contratar outra empresa que vai explorar o estacionamento rotativo em Dourados.
Muito carro e pouca fiscalização – Com 210 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o município de Dourados tem cerca de 130 mil veículos entre carros e motos. O número que circula diariamente na cidade é desconhecido, porque Dourados é polo de uma região de 34 municípios e recebe moradores dessas cidades constantemente.
No trânsito é possível ver abusos a cada quarteirão, principalmente desrespeito à faixa de pedestre e ao sinal vermelho e falta de uso correto da sinalização do veículo. Apenas com 23 agentes para cuidar da cidade, a Agetran recebe apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, mas o trabalho ainda parece insuficiente.
Nelson Almirão afirmou que uma das mais graves infrações é a alta velocidade verificada principalmente nos cruzamentos onde tem semáforo. Ele defende a instalação de radares iguais aos “pardais” existentes na capital. “Para conseguir passar antes do semáforo fechar, o condutor acelera porque ele sabe que não vai ser multado. Não tem como colocar um agente de trânsito em cada cruzamento. Se tivesse o radar no semáforo, ele pisaria no freio e ia esperar o sinal abrir”.
O diretor da Agência de Trânsito afirmou que estudos já estão sendo feitos para que a prefeitura faça um convênio com o Detran de Mato Grosso do Sul para a instalação dos radares. Ele considera esse tipo de equipamento mais eficiente e menos oneroso para o município do que as lombadas eletrônicas existentes em Dourados.
“A lombada eletrônica só traz ônus para a prefeitura. Onde tem lombada o asfalto fica danificado e o equipamento não inibe a alta velocidade. O condutor reduz e depois que passa a lombada acelera de novo, porque sabe que depois daquele ponto não tem risco de ser multado”.