Polícia diz que 90 fugitivos brasileiros cruzaram fronteira com Paraguai
Autoridades afirmam que três brasileiros mortos hoje em local onde foi encontrado carro-bomba faziam parte do grupo em fuga
O governo paraguaio afirma que os três homens mortos em confronto com policiais na madrugada desta quarta-feira (24) faziam parte de um grupo de fugitivos brasileiros que teria ingressado naquele país com armas e explosivos.
Allison Antunes da Rocha, Carlos Cardoso e Luis Miguel estavam em uma casa na cidade de Presidente Franco, no Departamento (estado) de Alto Paraná, e trocaram tiros com grupos de elite da Polícia Nacional.
Na casa, além de armamento pesado e munições, os policiais encontraram um carro-bomba com 84 quilos de dinamite em gel. Os brasileiros eram membros do Comando Vermelho.
Os explosivos seriam usados para tentar resgatar o narcotraficante Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, um dos principais chefes da facção carioca. Ele está preso desde dezembro do ano passado na sede da Agrupación Especializada, em Assunção, desde dezembro do ano passado.
Os 30 quilos de explosivos que não puderam ser removidos do carro foram detonados hoje de manhã em uma lavoura de soja. Estilhaços ficaram espalhados a dezenas de metros. O governo paraguaio disse que a explosão poderia destruir um quarteirão inteiro.
Piraquara – Nesta tarde, ao falar sobre a operação que frustrou o segundo plano de resgate de Marcelo Piloto em 20 dias, o diretor geral de investigações criminais da Polícia Nacional, comissário Abel Cañete, disse que 90 brasileiros, fugitivos do presídio de Piraquara (PR), teriam cruzado a fronteira para se esconder no Paraguai.
Segundo ele, os bandidos brasileiros teriam levado armas e explosivos para o país vizinho. Entretanto, durante a mais recente fuga no presídio de Piraquara, em setembro deste ano, foram 29 fugitivos e não 90, como afirmou o comissário paraguaio.
Quatro foram recapturados no dia seguinte. Piraquara é uma cidade localizada na região metropolitana de Curitiba.
Sob suspeita – Em entrevista à rádio ABC Cardinal, Abel Cañete admitiu que a operação desta quarta-feira foi feita por policiais levados da capital. “Não é que não confiamos no pessoal do departamento [Alto Paraná], mas muitas vezes a informação é sensível e precisa ser tratada com muita confidencialidade”.
Assim como ocorre nos departamentos de Amambay e Canindeyú, vizinhos de Mato Grosso do Sul, no Alto Paraná existem denúncias de policiais paraguaios na folha de pagamento dos traficantes e contrabandistas.