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Interior

Polícia diz ter 5 frentes de investigação sobre morte de jornalista na Fronteira

Policiais prometem empenho máximo para esclarecer assassinato de Leo Veras; associação de jornalistas pressiona governo

Helio de Freitas, de Dourados | 14/02/2020 09:35
Amigos e familiares carregam caixão com corpo do jornalista Leo Veras (Foto: Marciano Candia/Ultima Hora)
Amigos e familiares carregam caixão com corpo do jornalista Leo Veras (Foto: Marciano Candia/Ultima Hora)

A Polícia Nacional diz ter cinco frentes de investigação para tentar prender mandantes e os pistoleiros que executaram o jornalista brasiguaio Lourenço Veras, o Leo, 52, na noite de quarta-feira (12) em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.

Policiais à frente das investigações afirmam que já existem pistas dos criminosos e desde ontem prometem apresentar novidades “nas próximas horas”, mas até a manhã desta sexta-feira, 36 horas após a execução, o caso continua cercado de mistérios.

Quatro promotores enviados de Assunção pela Procuradoria-Geral de Justiça se juntaram ontem ao promotor de Pedro Juan Caballero Marco Amarilla, para comandar a força-tarefa que tenta prender os matadores de Leo Veras.

Enquanto a polícia e o Ministério Público buscam pistas dos criminosos, entidades que representam jornalistas pressionam o governo paraguaio a dar respostas. Leo Veras foi o 19º jornalista assassinado desde que o regime democrático foi instalado no Paraguai, em 1991.

Ontem, membros do Fórum de Jornalistas Paraguaios e o Sindicato dos Jornalistas do Paraguai exigiram do vice-ministro do Interior Jésus Lara o esclarecimento do assassinato de Leo Veras.

“Não vemos verdadeiro interesse das autoridades em salvaguardar a integridade dos colegas”, afirmou a presidente do Fórum Marta Escurra ao jornal ABC Color após a reunião com Jésus Lara. Ela cobrou do governo a adoção de protocolos para proteção de jornalistas ameaçados.

Leo Veras foi morto com 12 tiros na noite de quarta-feira em sua casa, no Jardim Aurora, em Pedro Juan Caballero. Ele jantava com a mulher, os filhos e o sogro quando três pistoleiros encapuzados chegaram em um utilitário Jeep Cherokee branco.

Quando os bandidos invadiram o quintal, Leo correu para os fundos, mas foi perseguido e alvejado a tiros. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas morreu em seguida.

Vizinhos viram os pistoleiros colocando um homem ferido no veículo e inicialmente suspeitaram que Leo estivesse sendo sequestrado. Como o jornalista foi encontrado agonizando no quintal, a principal suspeita é que um dos pistoleiros tenha sido ferido pelos próprios comparsas.

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