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Interior

Rompimento de barragem gera multa de R$ 732 mil

Técnicos ainda estão no local avaliando os danos, mas valor vai aumentar devido à gravidade da situação

Por Natália Olliver e Vivane Oliveira | 21/08/2024 12:44
Equipes da Defesa Civil estiveram no local na manhã desta quarta-feira. (Foto:Henrique Kawaminami) 
Equipes da Defesa Civil estiveram no local na manhã desta quarta-feira. (Foto:Henrique Kawaminami)

O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) informou que vai multar o loteamento Nasa Park em R$ 732.500 mil pelo rompimento da barragem, que destruiu as margens da BR-163 - entre Campo Grande e o município de Jaraguari- e casas no entorno. A informação foi confirmada ao Campo Grande News pelo gerente de Recursos Hídricos da pasta, Leonardo Sampaio.

Segundo ele, os técnicos ainda estão no local avaliando os danos. O gerente adiantou que o valor vai aumentar devido à gravidade da situação. A quantia definitiva deve ser divulgada entre a quarta e quinta-feira desta semana. Conforme Leonardo, o novo quantitativo será acrescentado à multa inicial (732 mil).

Segundo ele, o local não tinha autorização para barramentos e o loteamento já tinha sido notificado. Nesta terça-feira (20), o Corpo de Bombeiros informou que não encontrou certificado de vistoria em relação à represa do Nasa Park.

O tenente coronel dos Bombeiros, Fábio Pereira de Lima disse que local estava irregular. "Faremos a notificação e possíveis autuações sobre as irregularidades que possam ser encontradas".

Ao Campo Grande News, a administração do loteamento de luxo, em Jaraguari, lamentou o ocorrido e disse que acionou as autoridades competentes e colaborou para que todas as medidas fossem tomadas. A nota também diz que uma equipe de engenheiros especializados está realizando estudo detalhado para determinar a causa do rompimento e propor medidas corretivas.

 O governo do Estado emitiu uma nota explicando todas as medidas que estão sendo tomadas para conter, dimensionar e reconstruir as áreas impactadas pelo rompimento da barragem. Na manhã desta quarta-feira (21), O prefeito de Jaraguari, Edson Rodrigues Nogueira, levou equipes para prestar atendimento às famílias atingidas pelo rompimento da barragem.

Congestionamento - Obras para reconstrução de rodovia afetada pelo rompimento de barragem na BR-163 deixaram engarrafamento de pelo menos 7 km, no sentido de Campo Grande para Jaraguari, na manhã desta quarta-feira (21). O trecho afetado está funcionando no esquema "pare e siga", em que o sentido do fluxo troca a cada 30 minutos. A maioria dos veículos que estão nas filas quilométricas são caminhões e carretas.

Altura do barro em casa de morador atingido pelo rompimento da barragem (Henrique Kawaminami)
Altura do barro em casa de morador atingido pelo rompimento da barragem (Henrique Kawaminami)

Entenda – Na manhã da última terça-feira, o rompimento da barragem do Nasa Park pegou todos de surpresa. A situação destruiu casas, abriu cratera na rodovia e interditou totalmente a BR-163 nas primeiras horas da manhã.

Os motoristas precisaram ser orientados pela CCR MSVia a retornarem para Campo Grande ou desviarem pelo anel rodoviário Dr. Ricardo Trad, que liga Campo Grande a Rochedinho, e que pode ser acessado a partir do km 495.

Já para quem estava vindo pelo sentido sul, a alternativa é ir para a estrada de acesso ao Bonfim, no km 529, rumo a Campo Grande. O congestionamento chegou a 4 quilômetros no sentido Norte, e 3 quilômetros no sentido Sul.

Alerta - O engenheiro Rubens Silvestrini, professor doutor da Faeng (Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo e Geografia) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), observou, há 20 anos, pequenas fissuras na barragem da represa do loteamento de luxo Nasa Park, em Jaraguari. Segundo ele, houve um alerta aos órgãos competentes, de que poderia haver a necessidade de manutenção no futuro.

Segundo Rubens, foi uma recomendação antiga e simplista, feita através da observação in loco que não foi levada em consideração dados técnicos, por exemplo.

“Quando estive em 2004, vi pequenas fissuras, como se fossem pequenas estrias. Mais uma vez, isso é normal pois trata-se de terra. Alertamos aos órgãos competentes que poderia haver a necessidade de manutenção no futuro. Para aquela época, não era emergencial”, disse em entrevista ao Campo Grande News.

Conforme o professor, toda barragem, de todos os tipos como concreto, aterro ou enrocamento (estrutura executada em pedra), é um agregado de solo e segmentos.

“Para simplificar, um amontoado de terra para estabilizar a massa de água. Qualquer que seja a barragem, tem um tempo de fixação. Depois de anos, ela vai ter acomodação e urge a necessidade de reparos”, explicou.

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