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Cidades

Policiais ameaçam entregar chaves de todas as delegacias no Estado

Ricardo Campos Jr. | 27/11/2015 17:51
Anderson Garcia da Costa de 37 anos, estava prestes completar um ano de carreira na Polícia Civil. (Foto: arquivo pessoal)
Anderson Garcia da Costa de 37 anos, estava prestes completar um ano de carreira na Polícia Civil. (Foto: arquivo pessoal)

Policiais civis vão entregar as chaves das celas de todas as delegacias de Mato Grosso do Sul. A decisão foi tomada pela categoria em assembleia realizada nesta sexta-feira (27), tendo em vista a morte do investigador Anderson Garcia da Costa, 37 anos, agredido por detentos em Pedro Gomes, a 309 quilômetros de Campo Grande.

Segundo informações divulgadas pelo Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), trata-se de uma medida inédita contra o descaso das autoridades públicas em solucionar o desvio de função vivenciado pela categoria.

Na próxima terça-feira, há uma reunião entre dirigentes da entidade com representantes da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) e Covep (Coordenadoria das Varas de Execução Penal de Mato Grosso do Sul).

O sindicato espera que sejam apresentadas propostas para solucionar a questão, mesmo com medidas a longo prazo.

Após o encontro, a categoria deve se reunir em assembleia novamente para decidir se mantém ou não as chaves entregues ao poder público. Até lá, os policiais não irão dar refeições ou medicamentos aos presos e tampouco liberá-los para o banho de sol, abrir a cela para visitas e receber detentos condenados que cumprem regime aberto e semiaberto.

Vìtima - Anderson Garcia da Costa, 37 anos, estava prestes completar um ano de carreira na Polícia Civil. O investigador era natural de Cuiabá, no Mato Grosso, mas veio morar em Pedro Gomes - distante 309 quilômetros de Campo Grande - em dezembro do ano passado, para desenvolver a função para a qual prestou cocnurso.

Casado há cinco anos, Anderson morava sozinho em Pedro Gomes, mas viajava com frequência para o estado vizinho para visitar a esposa, que atualmente morava em Rondonópolis. Eles não tinham filhos.

Segundo informações do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Anderson estava retirando um preso da cela na delegacia, quando foi agredido na cabeça e no abdômen. O agressor apresentava distúrbios psicológicos.

Os golpes só pararam depois que o investigador atirou na perna do preso, que foi levado para atendimento médico na própria cidade.

O policial teve afundamento de crânio, foi encaminhado para o hospital em Coxim, porém, devido a gravidade dos ferimentos, estava sendo encaminhado para a Santa Casa, mas morreu dentro da ambulância.

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