TJ faz proposta "misteriosa" para acabar com greve dos professores
A audiência de conciliação marcada pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), a pedido da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), realizada na manhã de hoje (02), não teve definição sobre o fim da greve nas escolas públicas estaduais.
A reunião entre o Governo e a entidade, que foi presidida pelo desembargador Vladimir Abreu da Silva, começou por volta das 8h e terminou cerca de 40 minutos depois. Um acordo foi proposto pelo TJMS, mas os valores da proposta não foram revelados por nenhuma das partes.
Conforme o advogado representante da Fetems, Ronaldo Franco, a proposta é inferior a que foi exigida pelos professores , mas é maior do que a proposição do governo. "Prefiro não revelar os valores, pois vou levar primeiro ao conhecimento da categoria", explicou Franco.
O governo estadual foi representado pelos procuradores Adalberto Miranda e Felipe Matos, que também deixaram o tribunal sem comentar a proposta feita pelo judiciário.
A assessoria de imprensa do TJ informou que também não irá comentar o acordo proposto, para não atrapalhar a negociação.
Governo e Fetems tem até a tarde desta quarta-feira (3) para decidir se aceitam ou não a proposta da justiça. "O judiciário está se mostrando disposto a ajudar, mas se não houver acordo é a caneta do desembargador que decide", afirmou o advogado.
De volta às escolas - Os docentes das escolas estaduais estão em greve desde quarta-feira (27) e exigem reajuste de 10,98%, previsto na lei estadual.
Apesar de decisão judicial que determinou a volta dos professores às atividades, a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) informou que vai manter a paralisação. A federação vai recorrer da decisão e esperar o julgamento do recurso, que pode levar até 10 dias.
Atualmente, o Governo de MS paga o piso nacional para os professores em 38,84% acima do valor. Cálculos da Secretaria de Educação revelaram que, enquanto o piso nacional é de R$ 1.917,78, o Estado repassa R$ 2.662,82, mas 99,67% dos profissionais tem curso superior e recebe em média R$ 5.561,90 para carga horária de 40 horas semanais.