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Boa Imagem

Eu fui a tia inconveniente no Natal

Errar, reconhecer e evoluir também faz parte da boa imagem

Por Larissa Almeida (*) | 26/12/2025 13:54


Quanto mais o tempo passa, mais percebo como é difícil mudar comportamentos aos quais estamos acostumados. Aqueles que aprendemos ao longo dos anos, que se misturam à nossa cultura, às dinâmicas familiares e à forma como vimos as pessoas ao nosso redor se relacionarem. São hábitos que parecem inofensivos, mas que carregam muito mais peso do que imaginamos.

Apesar de sempre defender aqui que não devemos fazer perguntas íntimas ou inconvenientes em encontros familiares, especialmente nas festas de Natal, lá estava eu. A tia. Aquela mesma que escreve, orienta, alerta… sendo exatamente quem não deveria ser.

Na tentativa de puxar conversa com meus sobrinhos, que eu não via há alguns meses, comecei pelo caminho mais fácil (e perigoso): perguntei se tinham namorada, como estava a universidade, citei o nome da ex. Na ânsia de demonstrar interesse, acabei sendo intrometida. E, muito provavelmente, deixei-os desconfortáveis.

Naquele momento, percebi como velhos hábitos são traiçoeiros. A gente acha que está sendo carinhosa, próxima, interessada — quando, na prática, está ultrapassando limites que hoje são muito mais claros do que eram no passado. O mundo mudou. As relações mudaram. E a forma como nos comunicamos precisa acompanhar essa mudança.

Reconhecer o erro não nos diminui. Pelo contrário: nos humaniza e nos coloca em movimento. É impossível acertar sempre, mas é totalmente possível estar atento, perceber quando pisamos na bola e fazer diferente na próxima vez.

Por isso, o desejo que deixo para você em 2026 é simples e poderoso: vigilância. Vigilância sobre as palavras, sobre as perguntas, sobre a intenção por trás das conversas. Que você se observe, se atualize e se permita evoluir naquilo que já sabe que pode melhorar.

O mundo de hoje já não comporta certas falas e atitudes que por muito tempo foram naturalizadas. Para conviver melhor, para fortalecer relações e para sermos uma companhia agradável, precisamos nos aprimorar — não apenas na aparência, mas, principalmente, no comportamento.

Imagem também é isso: saber estar, saber falar e, muitas vezes, saber calar.

(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Durante 14 anos, trabalhou na área de comunicação e imagem em instituições como a Caixa Econômica Federal, a Prefeitura de Campo Grande, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e o Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul). É consultora de imagem formada pela RML Academy (Royal Makeup Lab Academy) e pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, além de especialista em dress code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e pela RMJ TRE (RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial). Siga no Instagram @vistavoce_.