Invadir a bolha do outro pega mal para a sua imagem
O espaço pessoal é reservado para amar, lutar e se proteger, e costuma ser muito bem protegido
As pessoas mantêm entre si um espaço que pode ser classificado como íntimo, pessoal, social e público. O espaço pessoal é definido como a área ao redor do corpo, um raio de mais ou menos 50 cm, a distância do nosso braço esticado. Como se tivéssemos envolvidos em uma bolha imaginária. Quando alguém que não é do nosso convício íntimo, como familiares e amigos, transpassa esta bolha, sem autorização, nos sentimos invadidos e intimidados. Então se for conversar com uma pessoa muito de perto, ou pior, tocar nela enquanto conversa, e ainda, mexer nas coisas dela sem autorização, saiba que certamente poderá criar uma antipatia.
Na “bíblia” da comunicação não verbal, o livro Desvendando os segredos da linguagem corporal, de Allan e Barbara Pease, eles delimitam as 4 zonas de espaço ao redor das pessoas.
- A zona íntima tem um raio de 15 a 45 cm. É a mais importante e é a que a pessoa cuida como sua propriedade. Só se permite a entrada aos que estão muito perto emocionalmente da pessoa, como o cônjuge, pais, filhos, amigos íntimos e parentes.
- A zona pessoal (raio entre 46cm e 1,22 metro) é a distância que separa as pessoas em uma reunião social, ou de escritório, e nas festas.
- Já a zona social (raio entre 1,22 e 3,6 metros) é a distância que nos separa dos estranhos, do encanador, de quem faz reparos na casa, dos fornecedores, das pessoas que não conhecemos bem.
- E por fim, a zona pública (mais de 3,6 metros) é a distância cômoda para nos dirigir a um grupo de pessoas.
Embora toleremos intrusos na zona pessoal e social, a intromissão de um estranho na zona íntima ocasiona mudanças fisiológicas em nossos corpos. Como eu disse anteriormente, a sensação é de repulsa e antipatia. Por isso, rodear com o braço os ombros de alguém que se acaba de conhecer, embora seja de maneira muito amistosa, pode fazer com que a pessoa tome uma atitude negativa em relação a você.
E as pessoas de áreas rurais, que não estão tão acostumadas com as áreas urbanas das cidades, tendem a precisar de um espaço pessoal ainda maior.
Isso acontece porque, segundo o sociólogo britânico Stuart Hall, o espaço íntimo é a distância na qual é possível praticar o amor, lutar, confrontar e proteger-se. Neste espaço, a possibilidade de contato físico é predominante na percepção das pessoas e estas se comunicam não apenas por meio das palavras, mas também do tato, cheiro e calor do corpo. Nessa distância, a visão do rosto fica totalmente nítida, é possível segurar ou agarrar outra pessoa.
Então antes de invadir a bolha de alguém com quem não tem muita intimidade, pense bem, você pode criar uma reação negativa de imediato.
(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial. Siga no Instagram @vistavoce_.