Etiqueta social: um hábito em extinção?
A falta de educação cotidiana está afetando as relações profissionais e pessoais
Muitas pessoas pensam que etiqueta é algo complicado, é restrita a pessoas de classe social mais elevada ou que teria que fazer um curso para aprender. Mas etiqueta nada mais é do que um conjunto de “boas maneiras” para que as pessoas convivam melhor em sociedade, mesmo que sejam absolutamente diferentes. Quer um exemplo? Posso dar vários: em qualquer lugar do mundo é falta de etiqueta atender o celular no cinema, ou estacionar o carro usando duas vagas, ou até mesmo ligar para alguém de madrugada quando não foi uma emergência. E todo mundo sabe disso!
Etiqueta nada mais é do que agir de maneira apropriada a cada uma das situações. A liberdade, tanto pregada nos dias de hoje, está deixando as pessoas perdidas sobre os limites que precisam existir para uma convivência pacífica. Cada um acha que o bem-estar individual está acima do coletivo e é aí que mora o problema, porque se cada um agir da maneira que quiser, sem pensar que vive em sociedade, o caos reina. De acordo com estudos da Universidade de Yale, sociedades mais individualistas tendem a ter indivíduos com mais ansiedade e depressão, com menos confiança entre as pessoas e mais solitários.
Outro fator que contribui e muito para que pequenos gestos de desrespeito se tornem cada vez mais comuns é a tecnologia. As pessoas estão mais solitárias e distraídas, e assistindo nas redes sociais influenciadores cada vez mais sem noção e normalizando este tipo de comportamento. A dependência do celular reduziu a nossa capacidade de perceber normas sociais básicas. Muitas vezes nem é por mal que você deixa alguém falando sozinho por estar prestando atenção na tela do celular, por exemplo.
O fato é que quanto maior o senso coletivo, menor o estresse social. É preciso respeitar o espaço dos outros para que as relações cotidianas não se desgastem tanto.
Vou citar alguns comportamentos que infelizmente estão se tornando comuns e que corroem relações. A boa notícia é que, se a pessoa quiser, ela consegue modificar rapidamente suas ações e assim melhorar a convivência com os demais.
Não fure filas, mesmo que você ache que tem uma urgência maior que os outros e mesmo que ninguém esteja vendo
Não estacione em vaga preferencial, mesmo que seja rapidinho. E nem ocupe mais de uma vaga ao estacionar.
Respeite o silêncio em locais públicos. Alguns exemplos: não fique falando alto ao celular enquanto aguarda a consulta no médico ou outro local público mais silencioso e não escute músicas ou assista vídeos sem fone de ouvido quando estiver em locais públicos.
Não fique mexendo no celular enquanto estiver dentro da sala de cinema, a luz da tela atrapalha quem estiver ao seu redor. Lembre-se que você não está sozinho.
Não fique fazendo perguntas sobre a vida pessoal das pessoas. Se elas quiserem, elas irão falar sobre.
Não se atrase para seus compromissos. Isso transparece que você acredita que o seu tempo é mais importante que o tempo dos outros.
Respeite o espaço pessoal dos outros. Não fique pegando nas pessoas enquanto conversa e não mexa nos pertences alheios sem autorização.
Parece o básico da educação e da etiqueta social, mas o básico hoje em dia carece de atenção.
(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial. Siga no Instagram @vistavoce_.
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