Nos tempos da tuberculose, curas inúteis e otimismo pré-morte
A tuberculose, antes da pandemia da covid, era a doença mias infecciosa do planeta. Entre 1,5 e 2 milhões de pessoas morrem todo ano. É uma doença em grande parte esquecida, apesar de ceifar a vida de aproximadamente 5 mil brasileiros por ano. Mas apenas duas gerações atrás foi devastadora. Os tratamentos eram horríveis e inúteis até a década de 1930-1940. Qualquer um podia contraí-la, e não havia realmente nada que se pudesse fazer para ficar a salvo da infecção.
O otimismo pré-morte.
O único consolo era um curioso fenômeno perto da morte conhecido como "spes phtisica", quando o paciente subitamente ficava otimista e esperançoso, até razoavelmente exultante. Esse era o pior dos sinais. Significava que a morte era eminente.
Acreditavam que era hereditária.
Como um flagelo, a tuberculose efetivamente piorou com o passar do tempo. Era conhecida como "consumpção", e acreditavam que fosse herdada. Só quando Robert Koch descobriu o bacilo a comunidade médica percebeu que era sem dúvida infecciosa. Só aí passou a receber o nome de tuberculose.
Tratamentos cruéis.
Em alguns hospitais ou em sanatórios, cirurgiões reduziam a capacidade pulmonar da pessoa cortando nervos ligados ao diafragma ou injetando gás em sua cavidade torácica, de modo que os pulmões não pudessem se inflar por completo. Haviam outros que forneciam picaretas aos pacientes e os sujeitavam a trabalhos forçados, na crença de que o esforço fortaleceria os pulmões enfraquecidos.
Mudo, proibidos de falar uma só palavra.
A maioria, no entanto, era "tratada" com a proibição de conversar. Também eram proibidos de escrever cartas ou mesmo de ler livros ou jornais. A concepção era a de não poderiam ficar excitados. Vistas? Só uma vez por mês, por dez minutos. Não podiam rir e nem cantar. Eram forçados a ficar totalmente imóveis durante a maior parte do dia e não podiam se curvar e nem tentar pegar coisas.