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Em Pauta

Quando as mulheres ocidentais passaram a beber: As bacantes

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 10/12/2024 07:20
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Em seus primórdios, Roma era um lugar muito rígido e sóbrio. Nos tempos da República todos usavam barba feita e cabelo curto e gostavam tanto de água que construíram aquedutos gigantescos só para garantir que a cidade eterna tivesse um suprimento eterno dela. Havia vinho, mas não muito. E havia um deus romano do vinho chamado “Líber“, livre, mas ele não tinha muita importância. Era filho de Ceres, a deusa dos trigais, e parecia ter alguma associação com a liberdade de expressão. A embriaguez era mal vista. E muito. Era associada aos homens gregos luxuriosos, que amavam jovenzinhos, de cabelos compridos. Os romanos procuravam diferenciar-se deles a todo custo.


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As mulheres não bebiam.

Nessa época, as mulheres raramente bebiam. Aquela que ficasse bêbada levaria uma surra. Acreditavam que ela tinha fechado todas as portas para as virtudes e aberto as do vício. Há uma historieta, não comprovada, de que Rômulo impusera pena de morte a qualquer mulher que fosse pega bebendo.


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O beijo em parentes e Baco.

Beijar as bochechas de parentes é um costume surgido em Roma. As mulheres eram obrigadas a esse costume só para que pudessem sentir seu hálito. Roma vivia assim até o ano 186 antes de Cristo. Foi nesse ano que um homem grego introduziu na cidade eterna o culto de Dioniso - que passou a ser chamado de Baco. Mais especificamente, esse grego “revelou“ os mistérios de Baco a um bando de mulheres.


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O culto a Baco.

As primeiras adeptas desse culto viraram sacerdotisas. O culto envolvia música, dança e muito vinho durante a noite. Eram as bacantes. Era um culto bem suspeito. Envolvia tudo aquilo que os romanos desconfiavam: embriaguez, noitadas, gregos cabeludos… .supostamente elas começaram a convidar homens a se juntar a elas para dar uma variada nas orgias. Mas como era um culto grego, “mais impureza se deu entre os homens do que entre eles e as mulheres”, diz um texto daquela época. Portanto, acrescentavam homossexuais à lista de coisas que os virtuosos romanos não gostavam. Até então, ninguém se interessava por eles.


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Proibição.

Mas o Senado não gostou nem um pouco daquilo. Talvez tenha ocorrido um pânico moral. Talvez tudo estivesse apenas na mente fértil dos senadores (senador significa “velhinho bem antiquado”). Talvez fosse um culto pequeno cujo número de participantes e cuja imoralidade foram absurdamente exagerados. Mas a repressão foi real, severa e brutal.


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Correndo atrás das bacantes.

Recompensas foram oferecidas a qualquer um que fornecesse informações sobre membros do culto. Sete mil pessoas foram presas. Para compararem, nos primeiro anos do cristianismo, esse era o número total de cristãos. É bem verdade que muitas bacantes fugiram. Foram para a região dos germânicos. E lá fizeram história. Mas essa é outra conversa. Os romanos realmente não gostavam de embriaguez. Mas quando vem o período Imperial de Roma tudo mudou. E mudou muito. As mulheres foram para as mesas das festas e encheram a cara. Beberam até vomitar. Aliás, vomitavam antes de beber, para beber mais, e depois de beber. E criaram moda. O Ocidente feminino começou a beber tresloucadamente.

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