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Ensinar Juntos

A leitura é a chave para o nosso desenvolvimento

Por Carlos Alberto Rezende (*) | 22/01/2025 16:05

Apenas 12 alunos, dos quase 3,2 milhões de participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, tiraram nota máxima na redação. O número de notas máximas é o menor dos últimos dez anos (fonte INEP). De acordo com o Ministério da Educação, as redações nota mil estão em: Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A afirmação de que os resultados das notas da redação do Enem comprovam a necessidade de mais leitura e aulas de caligrafia pode ser explorada sob diferentes ângulos:

1. Importância da leitura: a leitura frequente e diversificada (jornalísticas, literárias, acadêmicas etc) podem ajudar os alunos a expandirem seu vocabulário, melhorarem a compreensão de textos e desenvolverem habilidades de argumentação. A prática constante da leitura é fundamental para a produção textual, o que pode refletir nas notas.

2. Caligrafia e apresentação: embora a caligrafia não seja o único fator considerado na avaliação da redação, uma escrita legível e bem apresentada pode impactar a primeira impressão do corretor. No entanto, a clareza de ideias e a estrutura argumentativa têm um peso maior na nota final.

3. Análise dos resultados: se os resultados das redações indicarem um padrão de baixa desempenho, pode ser um sinal de que os alunos precisam de mais suporte em habilidades textuais, incluindo leitura e escrita, ensinando aos alunos a importância de revisar e editar seus textos; isso inclui verificar a gramática, ortografia, pontuação e clareza das ideias.

4. Introduzir os alunos ao planejamento de suas redações por meio de mapas mentais ou esboços, ajudando-os a estruturar suas ideias antes de começar a escrever.

5. Estabelecer um feedback construtivo, criando um ambiente onde os alunos possam receber e dar feedback sobre seus textos; isso promove a reflexão sobre as escolhas feitas na escrita.

6. Atividades de escrita colaborativa: promover atividades em grupo nas quais os alunos possam criar textos juntos, ajudando uns aos outros com sugestões e críticas construtivas.

7. Uso de recursos: incentivar o uso de dicionários, gramáticas e ferramentas digitais de correção para ajudar na autoavaliação do texto.

8. Desenvolvimento da argumentação: ensinar os alunos a desenvolver argumentos claros e coesos, usando exemplos e evidências que sustentem suas ideias.

9. Estímulo à criatividade: propor exercícios criativos, como escrita de contos, poesias ou crônicas, para que os alunos se sintam mais à vontade para se expressar.

10. Exploração de temas diversos: estimular a escrita sobre uma variedade de temas para ampliar o conhecimento e a capacidade de argumentação dos alunos.

Implementar essas estratégias pode contribuir significativamente para o desenvolvimento das habilidades de escrita dos alunos, resultando em textos mais claros e impactantes. Nesse contexto fica claro a importância do uso do princípio da interdisciplinaridade na formação dos (as) alunos (as), pois ela permite que eles (as) desenvolvam uma visão mais ampla de um tema, combinando as habilidades de diferentes disciplinas.

A linguagem utilizada pelos jovens na comunicação, como abreviações, emoticons, e o chamado "internetês", pode influenciar algumas habilidades de escrita formal, pois o uso constante de uma linguagem informal pode levar à diminuição do uso de um vocabulário mais rico e formal, que é importante para contextos acadêmicos ou profissionais. A mistura frequente entre a linguagem coloquial e a formal pode confundir os jovens em relação às regras gramaticais, levando a erros na escrita. A linguagem simplificada pode dificultar a exploração de conceitos mais complexos que exigem uma linguagem mais elaborada. Contudo, essa forma de comunicação também desenvolve outras competências, como a criatividade e a capacidade de síntese. A aprendizagem depende de como essas linguagens utilizadas pelos jovens sejam balanceadas com práticas de leitura e escrita mais tradicionais. A pouca leitura, por outro lado, pode afetar a aquisição de vocabulário, a compreensão textual e a habilidade de argumentação, além de influenciar negativamente na ortografia e gramática.

Introduzir a leitura desde a infância é fundamental para o desenvolvimento das habilidades linguísticas e cognitivas das crianças. Escolha livros com imagens vibrantes e histórias simples para captar a atenção das crianças, pois isso torna a leitura mais atraente e divertida. Estabeleça um momento diário para ler em voz alta, pode ser antes de dormir ou em qualquer outro momento tranquilo; a consistência ajuda a formar o hábito. Faça perguntas sobre a história e incentive as crianças a interagirem com o texto: como adivinhar o que vai acontecer a seguir ou comentar as ilustrações. Apresente diferentes tipos de livros: contos de fadas, histórias em quadrinhos, fantasia e não-ficção, que é para manter o interesse e expandir horizontes. Leve as crianças a bibliotecas para explorar novos livros e participar de atividades relacionadas à leitura, como contação de histórias. Mostre-se um (a) leitor (a) entusiasta, compartilhe suas próprias experiências de leitura e converse sobre os livros que você lê. Utilize aplicativos de leitura e-books para diversificar os formatos de leitura e engajar as crianças de maneira moderna. Descubra os interesses da criança e escolha livros que reflitam esses temas, aumentando a probabilidade de que ela se envolva com a leitura.

Essas práticas ajudam a formar uma base sólida para o amor pela leitura, que pode beneficiar a criança ao longo da vida.

(*) Carlos Alberto Rezende é conhecido como Professor Carlão. Siga no Instagram @oprofcarlao.

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