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Manoel Afonso

Os desafios da oposição para sobreviver e crescer

Manoel Afonso | 09/12/2022 09:20

OPOSIÇÃO: Sobre eventuais ‘heróis da resistência’, um amigo ironiza: os políticos não aguentam a ‘salmoura’ da oposição. E neste calor então - ela judia! As previsões é que alguns oposicionistas ‘virem a casaca’ antes mesmo do ano novo; outros no máximo até o carnaval. Tem gente doidinha só esperando um sinal para aderir.

A PROPÓSITO: O notável Mario Sergio Cortella acerta em cheio em sua dissertação sobre o papel e significado da oposição em se tratando da política e da administração pública em todos os níveis.  Diz Cortella: “uma oposição frágil fragiliza um governo. Um concorrente burro te embrutece! Um adversário fraco te enfraquece". É por aí...

‘OLHA O TREM!”: Jornalistas sem vocação para o governismo já estão ironizando o número de integrantes da ‘Equipe de Transição’. Segundo cálculos eles já passaria de mil, sendo uma parte de voluntários e outra com remuneração máxima de R$17 mil, além do direito ao reembolso das despesas. A comparação com o ‘trem da alegria’ é inevitável.

"ALÔ VOCÊ”!: Sem destilar insinuações, mágoas e críticas, o deputado Marçal Filho (PP) fez na tribuna balanço de seu mandato: 693 proposições, das quais 461 indicações e 79 projetos – dos quais 54 convertidos em leis. Confessa seu alinhamento ao governador Reinaldo para tentar a prefeitura de Dourados em 2024. Vamos sentir a falta dele.

PROJETO: Político tem que ter projeto, aceitar desafios, sob pena de perder espaço. Após a derrota no pleito municipal de Dourados, o deputado Barbosinha continuou altivo e aceitou a indicação para ser o vice de Riedel. Veio a vitória e agora admite o projeto de tentar uma vaga no Senado. Detalhe: ele manifesta sua identidade política com o governador.

EM FRENTE: Café amigo com o deputado Evander Vendramini (PP), protagonista de mandato operoso pela região pantaneira. Faltou-lhe estrutura para a reeleição; atendeu aspirações antigas de Porto Esperança, Albuquerque e Forte Coimbra. Centrado, de cabeça erguida, admite que aprendeu muito e disputará a prefeitura da sua Corumbá. Tem tutano!

ESTILO: Cada político tem o seu. O deputado Rinaldo Modesto mantém a mesma postura em partidos diferentes e defende que o político deva ter a visão equilibrada do cenário, sem postura radical e ineficiente. Admite que ao longo dos mandatos deixou  de levar vantagens políticas para evitar atritos e não se violentar. E arremata: “Sou da paz”!

‘A TERRA’: Ela será o desafio maior na relação futura do PT e o Governo Estadual. A população indígena (2ª do país) é superior a 80 mil habitantes de 8 etnias em 29 municípios. Seus problemas sangram. O PT deseja mais que cargos no Governo: quer estrutura financeira e apoio do Governo para evitar ou resolver conflitos entre índios e fazendeiros.

E MAIS...: O futuro governo pretende usar desta pretensa relação harmoniosa com o PT Guaicurus para estabelecer vínculos com o Planalto. Afinal no contexto em que é discutido meio ambiente e agronegócio, o Mato Grosso do Sul tem uma participação importante. As intervenções dos representantes do PT importarão muito em algumas situações. Pelo menos presume-se.

SURPRESA?: Nem tanto assim. O jogo está aberto para 2024. Nesta semana ouvi na Assembleia Legislativa o ‘zum zum’ da candidatura do governador Reinaldo à prefeitura da capital, quando ele teria 61 anos de idade. Convenhamos, entre comandar a capital e frequentar o senado na distante e fria Brasília, a primeira opção seria mais atrativa.

LEITE DERRAMADO: No comércio o litro do leite custa o olho da cara. Já o produtor recebe só R$ 1,50 no curral. No MS, nos últimos 10 anos a produção caiu 41,13% e nos 3 primeiros meses de 2022 diminuiu 12,48%. Não por acaso o deputado Renato Câmara (MDB) alertou os colegas depositando esperança no futuro governador (baixar o imposto) para reverter a situação.

ESPECULAÇÃO?: Alguns nomes já são citados com chances de ocuparem secretarias e cargos no alto escalão do ‘Governo Riedel’. É possível que sejam confirmados, não só pelo perfil deles como também levando-se em conta que o nosso universo de nomes  disponíveis e habilitados seja  um tanto quanto restrito. Portanto vale citá-los abaixo.

JR. MOCHI: Na conversa com o deputado eleito – na Assembleia Legislativa - sobre a postura da senadora Simone Tebet (MDB) em relação a eventual participação dela no futuro Governo Lula - ele foi de uma naturalidade a toda prova ao dizer que ‘ela não representa o MDB do Mato Grosso do Sul em seu projeto pessoal’. Conclusão: ela em alta no Planalto e em baixa aqui.

SEMADESC: Ricardo Senna; Sefaz: Flávio Cesar de Oliveira; Pedro Caravina: Infra-estrutura; Beto Pereira: Sedhas; João Mattogrosso: Setescc; José Carlos Barbosa: Casa Civil; Eduardo Rocha: SEGOV. Quanto as demais (quatro) secretarias – Administração, Educação, Saúde, Sejusp estariam reservadas para representantes de partidos aliados.

MUSCULATURA: Em certas situações da política, seus personagens precisam demonstrar competência e experiência como fatores decisivos. Nestas eleições da mesa diretora do Legislativo Estadual pesam também a capacidade de agregar, as relações com o Governo e a questão partidária. Neste cenário o deputado Paulo Corrêa é o favorito para a 1ª Secretaria.

BICO CALADO: Sobre o recente episódio no Tribunal de Contas, culminando inclusive com o afastamento de 3 conselheiros, alguns deputados questionados, optaram pela cautela defensiva mineira do silêncio. Mas todos eles são bem informados sobre tudo que ocorre nos bastidores dos poderes. Estão à frente dos meios de comunicação.

SIM OU NÃO?: O deputado Lucas de Lima deve aceitar o convite do PDT para tentar a prefeitura da capital em 2024? Uns acham que queimaria etapas antes de amadurecer mais e formar seu grupo. Para outros deve disputar eleições para manter a visibilidade e crescer. Lembro, ele foi o mais votado em Campo Grande para a deputado estadual e está  na mídia.

1-RADAR: As últimas eleições da capital mostram o quanto ela é complicada e às vezes influencia (ou é influenciada) o cenário estadual. Os fatos políticos relevantes que ocorrem aqui irradiam para o interior. Hoje temos um quadro e alguns protagonistas, mas ao longo de 2023 e 2024 mudanças podem ocorrer por fatos diversos.  Funciona assim.

2-RADAR: Como Lula já adiantou – mesmo antes de tomar posse – de que não será candidato a reeleição, já existe uma bolha de preocupação no núcleo radical do PT sobre a sucessão presidencial. Na outra ponta a pergunta: conseguirá Alckmin, com sua postura ao estilo mineiro, participar efetivamente do Governo e encantar a ‘cumpanheirada’?

SACADAS DIGITAIS:

Vereadores rumo à Brasília. A diária é maior!

“Bom político é mal parente". (Geraldo Alckmin).

 "Naquele tempo os milicos viam comunismo em tudo, nem rosas podiam ser vermelhas. (Nelson Padrella).

“Lula, o metalúrgico, dá sempre a impressão de que acabou de inventar a revolução industrial”. (Telmo Martino).

"No Brasil, nem a esquerda é direita". (José Simão).

“Não quero prejulgar, mas do jeito que a imprensa mostra fica a nítida impressão de que Lula transformou a transição no maior trem da alegria da história do País. Dizem que vai faltar Brasil pra tanta gente”. (jornalista Dante Filho).

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