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Como lidar com uma perda traumática

Por Lia Rodrigues Alcaraz (*) | 07/11/2023 10:42

Pensar no luto, na perda de alguém já é por si só algo ruim, mas perder alguém pela ocorrência de um acontecimento traumático, pode tornar a elaboração do luto em algo muito difícil e complicado.

Tivemos milhares de mortes devido a pandemia de COVID-19, vivemos em constantes epidemias de Dengue e H1N1, tragédias ambientais, deslizamentos e enchentes , acidentes e chacinas e todos esses eventos podem ser traumáticos não apenas para os familiares e pessoas próximas, mas para a sociedade como um todo, que vem vivenciando essas tragédias e perdas traumáticas, e todos esses acontecimentos podem afetar nossa saúde mental de forma significativa.

Geralmente começamos a nos preocupar quando alguns sintomas começa, a ficar persistentes, como por exemplo, lembranças persistentes, onde revivemos o trauma de forma quase que involuntária, pesadelos, comportamentos de evitar lugares ou pessoas que possam lembrar do trauma, sentimentos de angustia e até reações físicas, são sinais que a pessoa pode estar com transtorno de estresse pós traumático, TEPT, como é chamado na psicopatologia, esse transtorno pode se derivar de um luto, da perda de alguém de forma traumática, ou da perda de pessoas por acontecimentos traumáticos, o transtorno pode fazer, em um estado grave, com que a pessoa viva em estado de alerta, tenha dificuldades para relaxar e dormir e pode ter alterações de humor e na alimentação.

O TEPT, é um distúrbio caracterizado pela dificuldade de se recuperar depois de ter vivenciado ou testemunhado acontecimentos trágicos. O transtorno pode ser considerado após algum tipo de violência física ou sexual, assalto, sequestro, acidente, desastres naturais ou provocados, guerra, terrorismo e até mesmo de diagnósticos que ameacem a vida. E que pode gerar também o luto coletivo, que ocorre quando as pessoas vivenciam experiências que geralmente estão associadas a tragédias, onde muitas pessoas morrem de forma abrupta e inesperada, fazendo com que as pessoas se sintam a sensação de vulnerabilidade e falta de controle sobre a própria vida.

Infelizmente não temos um manual ou protocolo correto para lidar com essas tragédias e o quanto elas podem nos afetar, mas temos modelos assertivos de como lidar com lutos complicados, coletivos e TEPT (transtorno de estresse pós traumático), como a psicoterapia, ou popularmente falada, terapia, o tratamento para ambos os casos se dá através de expressar e entender tudo que se passou e muitas vezes através de avaliação seja necessário a introdução de medicamentos, visto que muitos destes sentimentos podem desencadear ansiedade e sintomas da depressão, fazendo com que a pessoa não consiga mais viver sua vida de forma leve, mas em constante alerta e com medo de que o pior possa acontecer.

(*) Lia Rodrigues Alcaraz é psicóloga formada pela UCDB (2011), especialista em orientação analítica (2015) e neuropsicóloga em formação (2024). Trabalha como psicóloga clínica na Cassems e em consultório.

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