No lugar das famílias, lixo ocupa área da extinta Comunidade do Mandela
Moradora denuncia que local virou lixão a céu aberto com entulhos e até animais mortos
RESUMO
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Após a desocupação da Comunidade do Mandela, no Bairro Jardim Presidente, Campo Grande, a área foi tomada por lixo e restos de construção. Moradores locais relatam descarte irregular de resíduos e abandono de animais. A comunidade foi desocupada após um incêndio em 2023, que destruiu quase 200 barracos. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul acionou a prefeitura para recuperar a área e evitar novos despejos de lixo. A prefeitura ainda não respondeu às denúncias dos moradores.
Passados 16 dias desde que as últimas pessoas deixaram a Comunidade do Mandela, no Bairro Jardim Presidente, sobraram apenas restos de construção, lixo e até animais mortos. A sugestão foi enviada nesta quarta-feira (26) por leitor para o canal Direto das Ruas.
Edivania da Silva Cunha, de 30 anos, mora no bairro há seis anos e expõe o problema. “Fora o lixo, ficou muita coisa, tem cachorro abandonado que as pessoas deixaram, carniça”, conta. A técnica de enfermagem gravou um vídeo que mostra o cenário na comunidade que, em 2023, foi atingida por um incêndio.
O fogo destruiu quase 200 barracos em novembro daquele ano, colocando fim na ocupação que durou mais de uma década. Após o incêndio, parte das 181 famílias foi removida e realocada em outras regiões da Capital. Os últimos moradores saíram no dia 10 de março deste ano.
Com a área vazia, Edivania expõe que algumas pessoas passaram a usar o terreno para descarte irregular de lixo. “Está um lixão a céu aberto, é recorrente pararem de carro e jogarem lixo, móveis, está uma coisa deplorável”, pontua.
Antes, quando a Comunidade do Mandela estava ativa, a moradora relata que o problema não ocorria. “Os moradores juntavam o lixo e queimavam. Agora, como eles ganharam casa, deixaram todo o restante do material. Alguns levaram telha, madeira, mas ficou muita coisa”, afirma.
Recuperação da área - O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ingressou com uma ação civil pública para cobrar da Prefeitura de Campo Grande a adoção de medidas para recuperar a margem do Córrego Segredo e a área pública que foi ocupada pela comunidade. As ações requeridas consistem na elaboração de um Prada (Plano de Recuperação de Área Degradada) no prazo de três meses para resolver os problemas ambientais apontados em vistoria, com a definição de como as medidas serão concretizadas.
Em 180 dias, cercar a área de preservação do córrego para que não se torne ponto de despejo de lixo ou prossiga o processo de degradação. Em seis meses, seja definido um projeto de utilização da área onde ficava a favela, para atender a comunidade do loteamento vizinho e que ele seja concretizado em cinco anos.
Sobre a denúncia feita pela moradora, a reportagem procurou a Prefeitura de Campo Grande. Em resposta, a Emha informou que, antes mesmo da finalização do reassentamento das famílias da comunidade Mandela, já estava em elaboração um plano de trabalho destinado à recuperação da área.
"O local passará por limpeza, cercamento e reflorestamento em uma ação conjunta entre Emha, Planurb, Semades e Sisep. Logo após a remoção total das famílias, foi encaminhado ofício para o desligamento imediato das redes irregulares de água e energia elétrica, visando evitar novas ocupações. A Prefeitura reforça seu compromisso com a recuperação da área, considerando que se trata de uma Área de Preservação Permanente (APP), conforme previsto no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PPDUA) municipal, que determina a proteção e recuperação dessas áreas para a preservação da biodiversidade local".
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