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Economia

Amor dos EUA por hambúrguer pode livrar carne de tarifa, acredita Nelsinho

Senador garante que negociações não terminaram e aposta em revisão por alto consumo nos EUA

Por Jhefferson Gamarra | 04/08/2025 16:38
Amor dos EUA por hambúrguer pode livrar carne de tarifa, acredita Nelsinho
Agenda do senador Nelsinho Trad com o senador americano Tim Kaine (Foto: Divulgação)

As negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos avançaram nas últimas semanas, com a redução de aproximadamente 41% das sobretaxas inicialmente propostas contra produtos brasileiros. No entanto, a tarifa de 50% anunciada pelo governo americano contra algumas exportações, incluindo a carne bovina, segue prevista para entrar em vigor em 6 de agosto.

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Negociações entre Brasil e EUA resultam em redução de sobretaxas a produtos brasileiros, mas tarifa de 50% sobre carne bovina segue prevista para agosto. Senador Nelsinho Trad, após missão diplomática, afirma que diálogo foi estabelecido e busca por revisão da taxação da carne continua. Apesar do otimismo, tempo para reverter a situação é curto. Trad destaca a importância da carne bovina para o mercado americano e a possibilidade de inclusão do produto na lista de exceções. Mesmo com a iminente aplicação da tarifa, o diálogo entre os países continuará, abrindo caminho para futuras negociações e revisão de pontos críticos para o Brasil.

O presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores) do Senado, Nelsinho Trad (PSD), que liderou uma comitiva de senadores aos Estados Unidos, reafirmou que o grupo buscou abrir um canal direto de comunicação entre os legislativos dos dois países, considerado essencial para desbloquear futuras negociações. “A missão foi cumprida. Nós fomos aos Estados Unidos para distensionar a relação e conseguimos quebrar o gelo. Estabelecemos diálogo com parlamentares americanos, enviamos convites para que eles venham ao Brasil, inclusive durante a COP 30”, afirmou em entrevista ao Campo Grande News.

Trad enfatizou que, apesar da redução parcial das sobretaxas, o Brasil continua sendo o país mais afetado pela medida norte-americana, com alíquota de 50% contra alguns de seus principais produtos de exportação. A decisão, segundo a Casa Branca, foi uma resposta a ações do governo brasileiro que, na visão dos EUA, representam “uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia norte-americana”.

Um dos pontos ainda em aberto é a situação da carne brasileira, setor vital para a economia de Mato Grosso do Sul e outras regiões do país. Trad demonstrou otimismo quanto à possibilidade de revisão das tarifas nesse segmento.

“A carne pode ser revista porque é muito consumida nos Estados Unidos, principalmente para produção de hambúrgueres. Estamos tentando incluir esse item na lista de exceções”, afirmou o senador, destacando que as conversas continuam mesmo com a proximidade do prazo para início da cobrança.

Trad explicou que a decisão final sobre qualquer acordo comercial é prerrogativa do Executivo brasileiro, mas a diplomacia parlamentar contribuiu para criar condições favoráveis a um entendimento. “Agora, cabe ao governo federal conduzir a negociação direta com o presidente norte-americano. Essa ligação precisa ser preparada, mas acreditamos que vai acontecer”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de um acordo antes da entrada em vigor da taxa de 50%, Trad admitiu que o tempo é curto. No entanto, ele reforçou que os representantes americanos afirmaram que o diálogo não se encerrará mesmo com a aplicação das tarifas.

“Eles deixaram claro para nós que a negociação vai continuar, independentemente da implementação da medida. Isso é um bom sinal, pois abre espaço para rever pontos que não foram contemplados agora”, declarou.

Além da carne, outros setores brasileiros seguem sendo impactados pelo “tarifaço”, mesmo após a redução parcial. A expectativa é que novas rodadas de conversas ocorram, inclusive com a vinda de parlamentares norte-americanos ao Brasil, o que pode fortalecer a busca por acordos específicos para produtos estratégicos.

Trad concluiu destacando que a viagem teve efeito imediato na relação bilateral, antes marcada por tensão e incerteza. “A situação estava congelada, sem canal de diálogo. Nós quebramos esse gelo. Agora, existe uma ponte para que os governos possam continuar conversando e tentar reverter medidas que prejudicam exportadores brasileiros”, afirmou.