Dólar sobe a R$ 5,67 após Trump adiar tarifas contra União Europeia

O dólar à vista subiu 0,52% e fechou cotado a R$ 5,67 nesta segunda-feira (26), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), adiar para julho a aplicação de tarifas de 50% contra produtos da União Europeia.

A decisão ocorreu após pedido da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no fim de semana, e foi bem recebida pelo mercado financeiro brasileiro. Com isso, a Bolsa de Valores também reagiu positivamente e o Ibovespa encerrou o dia com alta de 0,23%, aos 138.136 pontos.

O recuo na tensão entre EUA e Europa ocorreu depois que Trump anunciou, na sexta (23), a intenção de impor novas tarifas sobre itens de luxo, medicamentos e automóveis europeus. No domingo (25), ele concordou em adiar a medida, após conversa telefônica com von der Leyen. Representantes comerciais dos dois lados iniciaram tratativas formais nesta segunda.

Com o feriado de Memorial Day nos Estados Unidos e os mercados fechados por lá, os investidores concentraram a atenção na Europa. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou que o euro pode se tornar uma alternativa internacional ao dólar, diante das mudanças no comércio global provocadas por tensões tarifárias e realinhamentos geopolíticos.

No cenário interno, o mercado acompanhou as discussões sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida, revogada pelo governo poucas horas após ser anunciada, previa alíquota maior sobre investimentos no exterior e contribuiria com R$ 20,5 bilhões para zerar o déficit fiscal de 2025. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo avalia como compensar a perda de arrecadação, com possibilidade de novo bloqueio no orçamento.

Na semana passada, o governo anunciou contingenciamento de R$ 31,3 bilhões, o que foi visto como sinal de compromisso com o equilíbrio fiscal. Nesta segunda, Haddad declarou que a definição sobre as medidas compensatórias deve sair até o fim da semana.

A agenda econômica da semana inclui, na terça (27), a prévia da inflação (IPCA-15); na quinta (29), os dados de desemprego e emprego formal; e na sexta (30), a divulgação do PIB do segundo trimestre.

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