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Economia

MS fará encontro com governadores e empresários da Bioceânica

Evento será em fevereiro, envolvendo os quatro países sul-americanos

Por Maristela Brunetto | 23/09/2024 10:41
Obra da ponte começou no lado paraguaio, mas pilares já estão sendo levantados no lado de Murtinho (Fotos: Toninho Ruiz)
Obra da ponte começou no lado paraguaio, mas pilares já estão sendo levantados no lado de Murtinho (Fotos: Toninho Ruiz)

O governo do Estado reunirá, em fevereiro do ano que vem, autoridades e empresários dos quatro países envolvidos na Rota Bioceânica para falar dos desafios e possibilidades que o caminho abre. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação publicou hoje (23) a criação de um grupo de trabalho para organizar o Seminário Internacional da Rota Bioceânica e o 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico.

O governador Eduardo Riedel participa de um fórum com outros sete governadores de províncias, sendo três do Paraguai, dois da Argentina e dois do Chile. As estradas da rota seguem avançando em ritmo acelerado no lado paraguaio e o desafio brasileiro é realizar um contorno de 13 quilômetros em Porto Murtinho, para o acesso brasileiro ao caminho, por meio da ponte sobre o Rio Paraguai que dá acesso a Carmelo Peralta. Essa obra tem previsão de ficar pronta em 24 meses.

Hoje, a ministra do Orçamento e Planejamento Simone Tebet divulgaria o projeto que a União elaborou, contendo cinco rotas, entre elas a Bioceânica, na UEMS. Na sexta-feira (20), ela falou a empresários da indústria na sede da Fiems. Conforme disse, era preciso aproveitar o prazo da obra do contorno para as mobilizações necessárias para aproveitamento do potencial a surgir com o caminho rumo ao Chile e a portos no Pacífico para exportações à Asia, como envolvimento de prefeituras, criação de cursos superiores e técnicos para as demandas que aparecerão.

China e Ásia – No evento de sexta, o titular da Semadesc, Jaime Veruck, mencionou que o norte da Argentina e Paraguai devem ter impulso considerável com a criação da rota. Ele vê para Mato Grosso do Sul a possibilidade de surgimento de um hub de logística na região sudoeste, para distribuição de produtos para exportação e oriundos de outros países.

A China é o grande cliente do Estado, consumindo 62% dos produtos daqui, como carnes, grãos e minério. A existência da rota, que encurtará distâncias em mais de dez dias e barateará fretes, pode abrir mercados em outros países asiáticos, acredita Verruck.

Consórcio de empresas já montou canteiro de obras para iniciar o contorno, faltando desapropriação de áreas
Consórcio de empresas já montou canteiro de obras para iniciar o contorno, faltando desapropriação de áreas

Ele mencionou que o projeto envolve o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), citou reunião recente em Antofagasta, uma das cidades chilenas com porto, que despertou interesse de centenas de empresários, e destacou a importância de prefeituras estarem sintonizadas e se prepararem para o impacto que sofrerão. Verruck lembrou que autoridades já estão dedicadas ao que a Bioceânica representa e é preciso envolver mais entidades representativas do setor privado.

Nos eventos de fevereiro, deverão ser discutidos temas como oportunidades, desafios, impactos, comércio e infraestrutura, acordos alfandegários para otimizar a rotina da passagem de pessoas e produtos e questões sociais.

Para Verruck, a rota não pode ser vista somente como um eixo para exportações e importações, mas também como caminho de integração para os países sul-americanos e fator de desenvolvimento local, com oportunidades às pequenas empresas que estiverem no trecho.

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