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Economia

Petrobras aposta na UFN3 para atender 35% da demanda de fertilizantes do Brasil

Retomada da produção inclui 4 fábricas e investimentos de R$ 900 milhões; país importa 85% da ureia consumida

Por Jhefferson Gamarra | 22/07/2025 18:56
Petrobras aposta na UFN3 para atender 35% da demanda de fertilizantes do Brasil
Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III) em Três Lagoas (Foto: Mauricio Hallberg Teixeira/Petrobras)

A Petrobras projeta atender até 35% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados até 2028 com a reativação de quatro fábricas, incluindo a UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III), em Três Lagoas. A informação foi apresentada pela presidente da companhia, Magda Chambriard, durante a 5ª Reunião Ordinária do Confert (Conselho Nacional de Fertilizantes), realizada nesta terça-feira (22), em Brasília.

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A Petrobras planeja reativar quatro fábricas de fertilizantes, incluindo a UFN3 em Três Lagoas, para suprir até 35% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados até 2028. Atualmente, o Brasil importa 85% da ureia utilizada na agricultura, e a iniciativa busca reduzir essa dependência externa, fortalecendo o agronegócio. A UFN3, com capacidade para produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia anuais, será estratégica para atender polos agrícolas como Mato Grosso e Paraná. A Petrobras investirá R$ 900 milhões até 2029, gerando até 15 mil empregos. Parcerias com a Embrapa visam desenvolver fertilizantes mais eficientes, enquanto o governo federal apoia a expansão do setor.

Atualmente, o Brasil importa cerca de 85% da ureia consumida na agricultura. Com a retomada da produção interna por meio de quatro unidades UFN3 (MS), Araucária Nitrogenados (PR), Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen-BA) e do Espírito Santo (Fafen-ES), a Petrobras busca reduzir a dependência externa e garantir maior segurança no abastecimento desses insumos estratégicos para o agronegócio.

Petrobras aposta na UFN3 para atender 35% da demanda de fertilizantes do Brasil
Ministro Paulo Texeira, vice-presidente Geraldo Alckimin e presisente da Petrobras Magda Chambriard (Foto: Cadu Gomes/VPR)

A UFN3, em Três Lagoas, é considerada peça central dessa retomada. A unidade, cujas obras foram paralisadas em 2015 e estão hibernadas desde então, está sendo reavaliada desde 2023, após o retorno oficial da Petrobras ao segmento de fertilizantes, previsto no Plano Estratégico 2024-2028 da companhia.

A planta terá capacidade para produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia por ano. Ambos os insumos são fundamentais para o agronegócio: a ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado no país, e a amônia é base para a fabricação de fertilizantes e produtos petroquímicos.

Localizada próxima aos principais polos consumidores como Mato Grosso, Goiás, Paraná e São Paulo, a unidade terá papel estratégico na logística e no suprimento de regiões que concentram grande parte da produção agrícola nacional. A produção também atenderá à demanda da pecuária, com ureia utilizada como suplemento alimentar para ruminantes.

Os investimentos da Petrobras nas quatro unidades citadas na reunião somam R$ 900 milhões no período de 2025 a 2029. Segundo Chambriard, as obras e a retomada das operações estão gerando entre 13 mil e 15 mil empregos, diretos e indiretos.

Além da reativação das fábricas, a Petrobras firmou parcerias com a Embrapa para o desenvolvimento de fertilizantes de alta eficiência, com foco na produção de ureia, amônia e Arla 32. A empresa também estuda formas de expandir o uso do gás natural como matéria-prima, ampliando o mercado nacional do insumo.

“O agro e o setor de petróleo estão se fundindo cada vez mais. E o fertilizante é uma excelente oportunidade para a gente ampliar o nosso mercado de gás”, afirmou a presidente da Petrobras.

O vice-presidente e ministro do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Geraldo Alckmin, que presidiu a reunião do Confert, reforçou o apoio do governo federal aos investimentos em fertilizantes. “O Brasil é um grande produtor e exportador de proteína animal e vegetal. Neste ano, teremos uma safra recorde, com aumento de 10%, o que impulsiona ainda mais a demanda por fertilizantes”, disse.

Durante a reunião, também foram incluídos 16 novos projetos na Carteira de Projetos Estratégicos do Confert. Dentre eles, 14 são da Embrapa, com foco em pesquisa e desenvolvimento de biofertilizantes, bioinsumos, bioestimulantes e bioinoculadores. Um dos projetos, por exemplo, desenvolve bactérias promotoras de crescimento para mudas florestais voltadas à indústria de celulose.

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) também participou com a regulamentação da Lei de Bioinsumos, sancionada em dezembro de 2024, estabelecendo normas para produção, uso e fiscalização de insumos biológicos na agricultura, pecuária, aquicultura e silvicultura.

A demanda nacional por ureia é estimada em 7 milhões de toneladas, integralmente supridas por importações. A cultura do milho é a principal consumidora do fertilizante, mas ele também é amplamente utilizado em lavouras de cana-de-açúcar, café, trigo e algodão, além de ser empregado na alimentação de bovinos.