Sindicato Rural de Corumbá promete 2014 de mobilização pró-Taquari
O ano novo começou e a mobilização do Sindicato Rural de Corumbá segue a mesma desde 2013, para sustentar a recuperação ambiental do Rio Taquari, que sofre há mais de 30 anos um dos maiores desastres ecológicos do País. Movimento da entidade provocou reação do Ministério Público Federal no ano passado, que acionou judicialmente os governos federal e estadual por omissão.
Com uma ação política apoiada por órgãos governamentais, como a Embrapa Pantanal, e entidades de classe, dentre as quais a Famasul, o Sindicato Rural de Corumbá conseguiu junto a bancada federal, em Brasília, a aprovação de uma emenda no Ministério da Integração no valor de R$ 226 milhões, dos quais R$ 16 milhões foram liberados para elaboração dos projetos de intervenção no rio.
O Taquari sofre longo e grave processo de assoreamento, inundando mais de 1,5 milhão de hectares nos pantanais da Nhecolândia e Paiaguás, com prejuízos ambientais, sociais e econômicos. O presidente da entidade, Luciano Aguilar Leite, informou que esse trabalho de articulação continuará cobrando dos governos federal e de Mato Grosso do Sul a recuperação do importante rio pantaneiro.
Código Florestal - A regulamentação do Código Florestal Brasileiro, em relação ao artigo 10, que trata das áreas úmidas de uso restrito, entre as quais o Pantanal, também será o foco central do sindicato neste novo ano. A entidade tem se reunido com a Embrapa Pantanal, que elaborará uma nota técnica sobre o assunto. Luciano Leite disse que também pediu o apoio do governador André Puccinelli nessa regulamentação.
“Falamos com o governador André Puccinelli em sua última visita a Corumbá (em novembro, para entrega de casas populares) e ele mostrou-se sensível, pedindo que o assunto seja retomado em janeiro ou início de fevereiro para fechar uma posição do Estado e dos pantaneiros, respeitando sempre o uso ecologicamente sustentável do nosso ecossistema”, completou o presidente.
Bons negócios - Para os dirigentes do Sindicato Rural, o ano de 2013 trouxe grandes avanços para a pecuária pantaneira, sobretudo em relação a novas tecnologias e capitalização dos criadores com o fomento aos negócios diretos com o mercado de engorda e abate, com os leilões da Feira Agropecuária do Pantanal (Feapan) e da Leiloboi, que se instalou em Corumbá e reabriu o tradicional tatersal Novo Horizonte, na Nhecolândia.
“A presença da Leiloboi e a retomada dos leilões no Novo Horizonte proporcionaram grandes benefícios aos nossos pecuaristas, garantindo principalmente bons preços aos animais”, destacou Luciano Leite. Ele anunciou que em março a região do Paiaguás deverá contar com duas torres de telefonia, com o apoio do governo do Estado, quebrando assim a barreira do isolamento daquela porção do Pantanal.
Mais cursos - Em 2013, a parceria do Sindicato Rural com as prefeituras de Corumbá e Ladário, Sistema Famasul, Agraer, Embrapa Pantanal e Vale (mineração) garantiu a realização de 82 cursos de capacitação, beneficiando 1.024 produtores rurais, comunidades urbanas, ribeirinhos, pescadores e artesãos. Para 2014, a entidade espera dobrar o número de cursos para atender a todas as demandas da região.