Surpreendido com licitação suspensa de ponte, governo vai acionar Ministério
Ponte faz parte do projeto da rota bioceânica e tem como objetivo ligar MS aos portos do Chile
O governo estadual foi pego de surpresa com o anúncio de suspensão da licitação de construção da ponte sobre o Rio Paraguai que unirá as cidades de Carmelo Peralta e Porto Murtinho, a 431 Km de Campo Grande. Com isso o Estado deve acionar o Ministério das Relações Interiores, já que a decisão foi unilateral.
Ao Campo Grande News o titular Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, explicou que o Estado não foi informado sobre a possível suspensão do processo licitatório para construção da ponte que faz parte a rota bioceânica e tem como objetivo ligar Mato Grosso do Sul aos portos do Chile.
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”O que aconteceu ontem foi uma discussão no Congresso Nacional lá no Paraguai, sobre os fundos sociais. Então na verdade o Paraguai está sem recursos suficientes para fazer combate à pandemia. E a situação obviamente é grave em todo lugar, então presidente de lá tomou a decisão de realocar os 30 milhões de dólares que seriam referentes a parte do Paraguai em Itaipu, para o combate à pandemia”, explicou Verruck.
Verruck ainda destaca que também não adiantaria o Estado ter disso informado primeiro, mas entende que essa é uma decisão que não poderia ter sido tomada de forma unilateral já que existe um acordo internacional para construção da ponte.
“Assim como o governo brasileiro bancou a ponte Itaipu lá em General Franco. A obra continua em plena atividade com a execução e recursos do Brasil. A ponte aqui é responsabilidade do Paraguai. O recurso de Itaipu foi com destinação específica para isso, né. Então nós entendemos que não poderia ter uma decisão unilateral que implicaria em consequências a outros contratos já existentes.”, detalhou Jaime.
A decisão então preocupa o governo de MS porque significa atraso na construção da ponte que continuará existindo e sendo construída, porque houve apenas a suspensão e não cancelamento do processo licitatório.
“É um impacto menor do que, obviamente, fazer um cancelamento e reiniciar o processo licitatório todo. Entendo eu que poderíamos continuar com o processo licitatório normal e lá na homologação, caso não tivesse a disponibilidade de recurso que foram alocados para outra situação, fazer uma discussão. Estamos acionando o Ministério das Relações Exteriores para que converse com o governo do Paraguai, dado que é um projeto binacional e uma adesão unilateral afeta, obviamente, todos os empreendimentos.”, finalizou o titular da Semagro.