De quem é a culpa pela demora na vacinação?
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Enquete desta terça-feira (25) pergunta aos leitores a quem se atribui a demora no processo de vacinação contra a covid-19 no Brasil. Entre as opções disponíveis, estão os entes municipais, estaduais e federal.
O SUS (Sistema Único de Saúde) é de responsabilidade compartilhada entre União, estados e municípios brasileiros - Campo Grande, por exemplo, tem os postos de saúde mantidos pela prefeitura, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul pelo governo estadual e o Hospital Universitário pelo governo federal.
Apesar disso, de acordo com o Programa Nacional de Imunizações, criado em 1973, antes do SUS, estipula responsabilidade de definir as campanhas de vacinação ao governo federal - bem como a aquisição desses fármacos.
Ainda assim, alguns entes estaduais podem participar do processo - como é o caso do Instituto Butantan, financiado pelo estado de São Paulo, que tem produzido maior parte das vacinas aplicadas em brasileiros.
Atualmente, Mato Grosso do Sul - responsável pela distribuição e logística das doses - é o estado que mais vacina no País, ficando na primeira posição de ranking elaborado pelo jornal Folha de S. Paulo. Conforme dados verificados hoje, 34,5% da população adulta recebeu ao menos uma dose e 16,2% receberam duas doses, garantindo total eficácia prevista contra casos de coronavírus. Além disso, quase todos os imunizantes fornecidos já foram aplicados.
Apenas em Campo Grande, que tem sido uma das capitais que mais vacina, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) contabiliza nesta manhã mais de 264,3 mil pessoas vacinadas com uma dose e 117,3 mil imunizadas com as duas aplicações.
PNI - Por lei, o Ministério da Saúde, vinculado ao governo federal, é responsável pela elaboração do PNI (Programa Nacional de Imunizações) de cada doença, que serão aplicadas pelos órgãos e entidades públicas estaduais e municipais.
O PNI define o Calendário Nacional de Vacinação, considerando os critérios epidemiológicos e o risco de adoecimento da população - portanto, a ordem de quem foi vacinado depende desses fatores.
Em entrevista concedida neste mês ao Campo Grande News, o médico infectologista Rodrigo Nascimento comenta que países que adotaram caráter emergencial com mais antecedência quanto à prevenção ao coronavírus, sobretudo em relação aos imunizantes, já retornam atividades econômicas em geral com maior segurança e estabilidade.
"Tem que fazer uma campanha vacinal mais rápido possível e na maior quantidade de pessoas possível. Tem que ser massificada, como aconteceu em algumas doenças que já foram erradicadas, como poliomelite, sarampo ou varíola", explicou o infectologista.