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“Noites Brancas”, um espetáculo à parte no cenário de Brasil e Costa Rica

No cenário do jogo do Brasil x Costa Rica, nesta sexta-feira, o sol nunca se esconde, o anoitecer começa às 22h e o amanhecer chega a partir de meia noite

De São Petersburgo, Paulo Nonato de Souza | 21/06/2018 10:36
Visão da janela do meu quarto no sétimo andar do hotel, pouco mais de 3h da madrugada e já havia claridade plena do dia em São Petersburgo (Foto: Paulo Nonato de Souza)
Visão da janela do meu quarto no sétimo andar do hotel, pouco mais de 3h da madrugada e já havia claridade plena do dia em São Petersburgo (Foto: Paulo Nonato de Souza)

Famoso nos filmes e nos livros, o sol da meia noite, um fenômeno natural nas últimas semanas de junho na cidade de São Petersburgo, na Rússia, por aqui batizado de “Noites Brancas”, é algo espetacular e surpreendente, quase inacreditável para quem vive no outro lado do mundo, neste caso, no Brasil.

Foi com o sentimento de quem não conseguia encontrar o melhor adjetivo para descrever o que estava vendo que na madrugada desta quinta-feira, no horário russo, pela primeira vez presenciei este fenômeno da natureza, que ocorre nesta época do ano por conta da proximidade de São Petersburgo com o Círculo Polar Ártico.

O avião vindo de Rostov on Don aterrissou no Aeroporto Internacional de Pulkovo, em São Petersburgo, onde a Seleção Brasileira enfrenta a Costa Rica nesta sexta-feira pelo Grupo E da Copa do Mundo de 2018, exatamente às 00h35 de hoje (17h35 de ontem no horário de Mato Grosso do Sul), e da janela já pude perceber que algo estava diferente.

No caminho para o hotel pedi ao taxista que parasse para registrar a claridade do dia em pleno início da madrugada em São Petersburgo (Foto: Paulo Nonato de Souza)
No caminho para o hotel pedi ao taxista que parasse para registrar a claridade do dia em pleno início da madrugada em São Petersburgo (Foto: Paulo Nonato de Souza)

Era pouco mais de meia-noite o dia já estava amanhecendo. Quando cheguei no hotel, distante 35 km do aeroporto, e subi para o quarto a cidade já estava sob os primeiros raios de sol. Tentei dormir, mas não consegui. Era pouco mais de 3h da madrugada e não havia mais noite em São Petersburgo, só a claridade do dia.

“Aqui no verão o sol se põe a partir de 10h da noite, mas ele nunca descansa. Está sempre lá. Se o céu estiver limpo, sem nuvens, aí a noite dará lugar ao dia”, disse em inglês sofrível o taxista que me levou do aeroporto para o hotel. “Em São Petersburgo o dia é longo e a noite nunca chega”, ressaltou ele.

Minha reação diante do que estava vendo foi a de uma criança com o seu primeiro brinquedo. Pedi ao taxista para que parasse na rua para eu registrar o fenômeno, isso em plena madrugada, e ele a princípio ficou sem entender. “A gente aqui nem liga para isso. Já faz parte de toda a nossa vida”, comentou.

O fenômeno das “Noites Brancas” marca o início oficial do verão na Rússia, e acontece pelo fato de o país estar localizado muito longe da Linha do Equador. As noites são curtas e o sol nunca se esconde completamente abaixo da linha do horizonte, e o anoitecer emenda com o amanhecer.

É neste cenário que o Brasil encara a Costa Rica nesta sexta-feira com a necessidade de vencer para continuar a sua caminhada para as oitavas de final da Copa do Mundo. Que os nossos jogadores e também o técnico Tite consigam dormir, sem o incomodo da claridade do dia em plena noite, e tenham todos os sentidos em ordem no confronto programado para o belo e moderno Zenit Arena, um estádio com capacidade para 68.134 pessoas, que na sua construção teve investimento de R$ 3 bilhões.

POR DENTRO DA COPA – Com o enviado especial Paulo Nonato de Souza, o Campo Grande News estará nos passos da Seleção Brasileira e de todos os acontecimentos que vão envolver o Mundial da Rússia. Veja esta e outras notícias no Canal Copa 2018.

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