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De “canalha” a companheiro, Zeca e Catan agora se abraçam

Por Fernanda Palheta e Jhefferson Gamarra | 08/08/2025 06:00
De “canalha” a companheiro, Zeca e Catan agora se abraçam
Catan e Zeca do PT em momento de união contra o governo na Alems (Foto: Assessoria)

Do mesmo lado – Três meses depois de trocarem acusações com palavrões e ameaça de denúncia à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, e João Henrique Catan (PL) formalizaram a paz porque devem ficar do mesmo lado a partir da semana que vem: na oposição ao Governo do Estado. Os dois se abraçaram ontem durante a sessão, depois que o Partido dos Trabalhadores anunciou o desembarque da base do governador Eduardo Riedel (PSDB).

De canalha a inteligente – Troca de "declarações de amor" entre os colegas vieram depois da crítica de Catan ao decreto de contingenciamento de despesas do Executivo estadual. O termo "canalha", usado por Zeca na briga de abril, deu lugar a elogios por parte do petista. "Um pronunciamento lúcido, inteligente e esclarecedor", disse.  A fala de Zeca gerou a reação de surpresa imediata dos colegas. O petista continuou criticando a administração e terminou chamando o ex-rival de "companheiro", o que arrancou gargalhadas e rendeu até foto.

Coexistência – Questionados sobre como funcionará esse trabalho conjunto na oposição, apesar de posicionamentos antagônicos, ambos disseram ao Campo Grande News que a atuação é possível. "Sem problema nenhum, ele marca as posições dele e nós a nossa", disse Zeca. Catan acredita que a soma qualificará o debate. "É importante o calor das discussões, é importante você ter oposições de vertentes e de correntes partidárias, de correntes ideológicas. Então eu só vejo como benéfico qualquer tipo de oposição", finalizou.

Fogo no parquinho - Já em outras esferas, não tem jeito. O empurra-empurra entre a deputada federal Camila Jara (PT) e o colega Nikolas Ferreira (PL-MG), durante sessão tensa na Câmara dos Deputados, ainda repercute em Campo Grande. Nos bastidores de um evento nesta quinta-feira (7), o vereador Jean Ferreira (PT) não economizou opinião: "Achei pouco. A Camila fez o que todos queriam fazer", disparou.

VAR - "A falta da vereadora Camila foi pega pelo VAR", disse o presidente da Câmara Municipal, vereador Epaminondas Neto (PSDB), que também entrou na polêmica. Ele também comentou que os debates acalorados e o tom escalado das discussões têm prejudicado o bom andamento do País. "Ontem, a fala do deputado Hugo Motta, a temperança que ele usou, a cautela nas palavras e o senso democrático do presidente... eu penso que esse é o caminho mais saudável para o Congresso Nacional", finalizou.

Tudo normal - Após o anúncio de ruptura do PT com o governo de Eduardo Riedel (PSDB), sob a justificativa de que não há mais “ambiente programático e ideológico” para a aliança, a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, que faz parte da “cota” petista no governo, foi questionada sobre sua permanência no cargo. Ela afirmou que ainda não recebeu orientação oficial para deixar a função. “Bem, foi um anúncio, mas não há uma concretização. Nós continuamos trabalhando. Então, isso não tem nenhum direcionamento do Governo do Estado”, resumiu a secretária.

Manterrupting  – A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) precisou pedir ajuda da presidência da Casa de Leis para que pudesse continuar sua fala na tribuna sobre os 19 anos da Lei Maria da Penha. Na linguagem feminista isso se chama manterrupting, quando um homem impede ou não permite que uma mulher fale. "Gostaria de restabelecer a ordem para que eu pudesse me concentrar e que os nossos deputados e deputadas pudessem ouvir, pedir que falem mais baixo, para que eu continue meu pronunciamento", disse Mara.

Vai ter que esperar – Promessa para o primeiro dia da volta do recesso parlamentar, a inauguração do estacionamento da Assembleia Legislativa vai ter que esperar mais alguns dias. Isso porque a obra não será entregue sem a presença do presidente da Casa de Leis, deputado estadual Gerson Claro (PP), que acompanha o Governo do Estado em missão na Ásia. Enquanto Claro não volta, a obra passa pelos retoques finais, como instalação de equipamentos de segurança, como barreiras de contenção, conhecidas como guard rail.

Corda no pescoço - O deputado estadual Lucas de Lima (sem partido) continua sob risco de perder o mandato por infidelidade partidária. O relator do processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Antônio Carlos Ferreira, votou contra o recurso que tenta validar sua saída do PDT por justa causa. No voto, o relator afirmou não haver elementos que comprovem grave discriminação política ou pessoal que justificasse a saída do partido. Lucas, que chegou a se filiar ao PL após a desfiliação, está atualmente sem legenda, mas segue exercendo o mandato. O julgamento na suprema corte eleitoral foi interrompido por um pedido de vista do ministro André Mendonça, o que dá sobrevida ao parlamentar.

Novo conselho - A procuradora-geral do Estado de Mato Grosso do Sul, Ana Carolina Ali Garcia, foi eleita primeira vice-presidente do recém-criado Conap (Conselho Nacional da Advocacia Pública Fiscal). O colegiado tem como objetivo definir diretrizes estratégicas para fortalecer e promover a cooperação em temas de interesse nacional, com destaque para a reforma tributária. A presidência do conselho ficará a cargo da procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize Lenzi Ruas de Almeida. A representante de MS foi eleita por unanimidade pelos 27 procuradores do Estado e do DF.