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Jogo Aberto

Índio tenta depor em língua materna, mas é 'desmascarado'

Waldemar Gonçalves | 01/04/2016 06:00

La pergunta? – O líder indígena Paulino Terena tentou, sem sucesso, depor em seu idioma materno ontem na chamada CPI do Genocídio. Alegou que não era capaz de falar ou compreender a língua portuguesa. Não colou. Os deputados estaduais Mara Caseiro (PSDB) e Paulo Corrêa (PR) exibiram vídeo em que o indígena aparece falando português normalmente.

Palhaços, não – Para quem apoia os índios no conflito com fazendeiros, ficou a sensação de que Paulino, de vítima, passou a réu tendo um direito negado. Para os deputados, foi o contrário. “Não posso admitir que nos chamem de palhaços, porque ficou muito claro que ele não só fala português, mas defende seu povo em nossa língua”, disse Mara. O caso será levado à Justiça. Detalhe: em tese, a CPI do Genocídio é favorável aos índios, se contrapondo à CPI do Cimi, sobre tema semelhante, também tramitando na casa.

Não é golpe – Na sessão de ontem na Câmara Municipal, foi a vez de o vereador Paulo Siufi (PMDB) falar sobre a saída do partido da base aliada do governo de Dilma Rousseff. “Isso não é golpe. Só não compactuamos mais com as coisas que estão acontecendo”, esbravejou, já na sua primeira de várias idas à tribuna.

Jogo duro – Ainda em seu discurso, Siufi disse que o PMDB está revoltado com a postura do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). “Ele manda um projeto de R$ 4,7 milhões para repassar R$ 1,7 milhão para as entidades (beneficentes). E o resto do dinheiro? Vai fazer o quê? Não vamos deixar esse abuso de autoridade, essa improbidade”.

Sacanagem contábil – Do lado de Siufi estavam outros vereadores acalorados. Para Edil Albuquerque (PTB), o prefeito não paga as entidades assistenciais desde janeiro “porque não quer”. Chamou o fato de “sacanagem contábil”. Airton Saraiva (DEM) complementou: “Esse dinheiro ficou em 2015 e o prefeito não pagou. Ele roubou vocês”, disse aos representantes sentados no auditório.

Suplementação – Inconformada, a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) disse que a Câmara nunca negou suplementação ao Executivo. “Já presenciamos pedidos de suplementação chegarem aqui às 10h, na época do Gilmar Olarte, e ser aprovado ao meio-dia, sem dar nem oportunidade para a gente conhecer. Esse pedido de suplementação do prefeito está aqui desde o dia 15, por que não vamos votar?”

Escolinha – O vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), começou sua fala elogiando a ação da Câmara Comunitária, que levou vereadores ao bairro Noroeste. “Não está mais aquele negócio que parecia a Escolinha do Professor Raimundo”, disse, referindo-se às sessões da Câmara que aconteceram em comunidades da Capital.

Casal na Lava Jato – O casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffman foi indiciado pela Polícia Federal dentro da Operação Lava Jato. A suspeita é de que dinheiro desviado da Petrobras tenha financiado campanhas eleitorais deles. Ambos negam. Os dois já trabalharam em Mato Grosso do Sul: ocuparam secretarias estaduais durante o primeiro mandato de Zeca do PT (99-03).

No fim da fila – O deputado estadual Felipe Orro afirma que está feliz no novo partido. Ele trocou o PDT pelo PSDB e pondera que gostaria de ser candidato a prefeito em Campo Grande, mas entende que, como chegou agora na nova legenda, está no fim da fila e dificilmente será escolhido.

Grande gestor – O deputado estadual Beto Pereira (PSDB) lamentou a saída de Silvio Maluf da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública. No entanto, acredita que a escolha de José Carlos Barbosa para assumir o cargo foi muito feliz, já que o escolhido tem conhecimento jurídico e já mostrou ser um grande gestor quando esteve à frente da Sanesul.

(com a redação)

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