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Arquitetura

Cine Sesc, revitalização do Acapulco e do Hotel Campo Grande...Fomos enganados?

Paula Maciulevicius | 01/08/2016 06:15
Fachada do antigo Hotel Campo Grande.
Fachada do antigo Hotel Campo Grande.

Desde a estreia do Lado B, projetos e ideias que envolvem e abraçam a cidade viraram notícia. Muitos vingaram, outros foram barcos furados no qual embarcamos. Propostas que apesar de muito bacanas, não saíram do papel, mesmo tendo até data para ser inaugurado, como a revitalização do Hotel Campo Grande, a abertura do Cine Sesc, no antigo Cine Campo Grande, a reforma do Cine Acapulco para receber um centro de arte, cultura e teatro, e obras para transformar a rotunda da antiga rede ferroviária em um espaço vivo.  

Quatro anos se passaram e o projeto da família herdeira do Hotel Campo Grande não tomou forma. O primeiro hotel de grande porte e que por três décadas sustentou o status de ser um dos mais conhecidos da cidade, hospedando artistas, foi fechado em 2001. Nos primeiros 10 anos, os administradores relataram que passaram a reunir dinheiro para acabar com as dívidas e depois de tudo quitado, a próxima fase seria colocá-lo em pleno funcionamento.

À época, a fonte era a administradora do Yotedy, herdeira do imóvel, neta do criador do hotel, o pecuarista Laucídio Martins Coelho, Maria Adelaine Noronha. Ela justificou querer reabrir porque o hotel havia sido construído para isso. A ideia era buscar investidores, arrendar ou vender para algum grupo hoteleiro, com a condição de que ficasse no ramo.

A ideia não vingou e a família também não quis se pronunciar. Foram três dias de espera pelo retorno da administradora. 

Obra do prédio do Cine Acapulco estacionou e parece abandonada. (Foto: Fernando Antunes)
Obra do prédio do Cine Acapulco estacionou e parece abandonada. (Foto: Fernando Antunes)

Em 2014, foi a vez de falarmos do antigo Cine Acapulco, na 26 de Agosto, que nas mãos do sobrinho do escritor, cineasta e dono do prédio Bernardo Lahdo, apresentou à cidade a proposta de se tornar fundação, com aulas de teatro e de cinema, gratuitas. Na entrevista, foi falado até uma previsão de abertura, para o próximo aniversário da cidade, em agosto de 2015. 

A obra estacionou e em contato com o sobrinho de Lahdo, Airton Bernardino Leite Junior, a informação confirma o que está explícito. "Daquilo não mexemos em nada", disse ao Lado B. O projeto inicial era de reconstruir o espaço que marcou a década de 70 na cidade e abrir como uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), com o objetivo de promover a cultura.

Ah, também tinha até um nome: Fundação Cineasta AbudLahdo, uma homenagem ao artista que à época da proposta, estava com 83 anos.  "Era uma organização não governamental para criar cultura, mas nem as obras andaram. Estamos esperando levantamento de dinheiro privado", explicou Airton. 

Rotunda é outra estrutura que não recebeu nenhum projeto até hoje.
Rotunda é outra estrutura que não recebeu nenhum projeto até hoje.

Em 2013, escrevemos sobre um dos patrimônios históricos mais importantes de Campo Grande, o da antiga rede ferroviária, que foi vital para a ocupação deste lado do País.

Um dos prédios a ser recuperado seria o da rotunda, velha oficina de vagões, hoje abandonada ao lado da Feira Central. 

A administração já era de Alcides Bernal. Questionado pelo Lado B, o município chegou a informar que havia verbas da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento, que seriam aplicadas na transformação do terreno sujo e da estrutura do passado em um grande espaço de cultura. O projeto previa, inclusive, a recolocação de parte dos trilhos no entorno.

Até hoje, nada mais foi dito sobre a ocupação de tamanha estrutura histórica.

A previsão é que até o fim do ano, o Cine Sesc esteja pronto para reunir teatro, cinema e artes. (Foto: Fernando Antunes)
A previsão é que até o fim do ano, o Cine Sesc esteja pronto para reunir teatro, cinema e artes. (Foto: Fernando Antunes)

A única boa notícia vem do Cine Sesc, que apesar de ter programado o término da obra para este ano, pelo menos tem uma resposta otimista. O Sesc comprou o espaço na 15 de Novembro, do antigo Cine Campo Grande e apresentou para o público a proposta de reunir teatro, cinema e artes num só espaço e de quebra, oferecer um café ao público. 

O projeto, do arquiteto Rubens Fernando de Camillo, propôs reformar as duas salas de cinema, transformando uma delas em teatro com direito à caixa cênica, estrutura que permite a troca de cenários no palco entre um sobe e desce.

As obras eram para terem iniciado no ano passado e agora, prestes a terminar, a notícia que se tem é de que ficou para 2017. "Estamos trabalhando para que ele seja entregue em 2017. Já tivemos a aprovação da GDU (Guia de Diretrizes Urbanísticas) e agora o arquiteto vai trabalhar no projeto", disse a diretora reginal do Sesc, Regina Ferro. 

Com aprovação em todas as instâncias: Prefeitura, Corpo de Bombeiros, projetos complementares de iluminação, sonorização, hidráulico, elétrico, proteção contra incêndios, a diretoria regional do Sesc garante que o projeto não está parado.

"Mas é essa parte que não se vê. Se a obra começar até o fim do ano, teremos cerca de 12 meses de construção, então o espaço seria inaugurado no início de 2018", afirmou Regina. 

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