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Arquitetura

Colônia Paraguaia ganha arquitetura jesuítica e espaço para cursos de guarani

Lugar será reinaugurado em fevereiro, mas diretoria já revela novidades para aproximar comunidade brasileira e paraguaia

Thailla Torres | 03/12/2019 07:32
Inspirados nas missões dos Jesuítas, galpão deu lugar a uma nova arquitetura. (Foto: Thailla Torres)
Inspirados nas missões dos Jesuítas, galpão deu lugar a uma nova arquitetura. (Foto: Thailla Torres)

A Associação Colônia Paraguaia, tradicional “casa paraguaia” em Campo Grande, prevista para reinaugurar em fevereiro de 2020, já recebe visitantes curiosos com a nova estrutura que promete ser “um dos mais famosos pontos turísticos da cidade”. O antigo galpão deu lugar a uma nova arquitetura, salas amplas, palco, camarim e praça de alimentação para receber mais de 2 mil pessoas em eventos especiais.

A cultura paraguaia tem uma forte influência na região sul-mato-grossense, nos costumes e na música que toca no Estado. A instituição, localizada no bairro Pioneiros, região Sul da Capital, que existe desde 1973, agora é motivo de ansiedade para a diretoria que está cheia de planos tanto para a comunidade paraguaia quanto para a brasileira.

Nesta semana o Lado B esteve no local que segue em reforma. O passeio pela nova estrutura foi coordenado pelo presidente, Albino Franco, o conselheiro fiscal César Sanches, e o tesoureiro, Sérgio Oruê.

Segundo eles, o novo projeto nasceu com objetivo de estimular o olhar do campo-grandense para a colônia e valorizar os costumes fronteiriços que tanto influenciam a rotina no Estado.

Praça de alimentação com oito espaços equipados onde serão vendidos comidas típicas do Paraguai. (Foto: Thailla Torres)
Praça de alimentação com oito espaços equipados onde serão vendidos comidas típicas do Paraguai. (Foto: Thailla Torres)

Mudanças – A principal mudança é a estrutura que ganhou alvenaria com tijolinho à vista e projeto inspirado na arquitetura jesuítica, em razão das missões estabelecidas pelos jesuítas no Paraguai, que hoje são patrimônio cultural e proporcionam a milhares de visitantes uma viagem ao passado e com história fora dos roteiros tradicionais.

Segundo a história, as estruturas foram erguidas em uma área isolada na época, os povoados eram formados por um núcleo urbano, com igreja, casas e outras construções. As missões chegaram a reunir milhares de indígenas em cada cidadela. Porém, a partir da década de 1750, os jesuítas foram expulsos e as missões, abandonadas.

Hoje, o que resta são ruínas em grandes sítios arqueológicos. São 30 missões no total, sendo oito no Paraguai. Além das mais famosas San Ignacio Miní, na Argentina, e São Miguel das Missões, no Brasil.

Na construção de Campo Grande, se encontram alguns elementos simbólicos e arquitetônicos das missões, como as paredes em formatos de arcos e o tijolo à vista como nas grandes construções inacabadas.

O projeto foi assinado pela arquiteta Deise Bigolin e a designer Anelise Massani. A estrutura com mais de 2 mil metros quadrados ganhou dois grandes salões. Um deles com palco, camarim masculino e feminino, novos banheiros, cozinha e área com churrasqueira para garantir grandes almoços e festividades da colônia.

Harpa fará parte do monumento da entrada da associação. (Foto: Arquivo Pessoal)
Harpa fará parte do monumento da entrada da associação. (Foto: Arquivo Pessoal)
Detalhes da arquitetura que pode receber até 2 mil pessoas. (Foto: Thailla Torres)
Detalhes da arquitetura que pode receber até 2 mil pessoas. (Foto: Thailla Torres)

O outro galpão também estará disponível para festas. Além das principais comemorações da comunidade paraguaia, a associação é sede para casamentos, formaturas, aniversários e eventos beneficentes.

Haverá também uma praça de alimentação com oito espaços. “No local, será vendido chipa, sopa paraguaia e outros alimentos da comunidade paraguaia, É uma forma do campo-grandense conhecer também a nossa gastronomia”, explica Albino.

Em frente à praça quem recepcionará os visitantes será um monumento com mais de três metros de altura feito pelo escultor Anor Pereira Mendes, autor também da obra que homenageia os índios guerreiros da etnia Guaicurus no Parque das nações indígenas e da guampa de tereré na Avenida Duque de Caxias. “Aqui na Associação o monumento vai ter uma arpa, violão e tereré”, conta.

Cursos - Além de festas, a instituição quer ser um centro de ensino cultural. Por isso, uma nova estrutura, com dois pavimentos, foi criada para se tornar um complexo cultural. “Nele haverá curso de espanhol, guarani, culinária, violão, harpa, sanfona, fotografia, danças folclóricas e regionais”, promete.

A revitalização foi feita após convênio no valor de R$ 1,4 milhão firmado com o Governo Estadual em 2018, após apresentação de um projeto técnico. Para o conselheiro César, mais do que uma reforma, a nova estrutura, ainda em seus retoques finais, promete chegar para transformar a região. “E, futuramente, a Associação Colônia Paraguaia quer ser o ponto turístico mais importante da cidade”, diz orgulhoso.

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Sérgio, César e Albino estão ansiosos para a reinauguração. (Foto: Thailla Torres)
Sérgio, César e Albino estão ansiosos para a reinauguração. (Foto: Thailla Torres)
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