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Arquitetura

Estação ferroviária é antiga, mas história de prédios é bem mais velha

Nem fotos restaram das construções mais antigas; para quem se interessa, Iphan fará visita guiada na região

Por Aletheya Alves | 09/08/2024 06:53
Vagões antigos na estação da Noroeste do Brasil, em Campo Grande. (Foto: Museu Ferroviário de Bauru)
Vagões antigos na estação da Noroeste do Brasil, em Campo Grande. (Foto: Museu Ferroviário de Bauru)

Agosto é o mês do patrimônio público e, em alta nas discussões durante os últimos meses, o Complexo Ferroviário talvez seja nosso maior símbolo em Campo Grande. Quem vê as construções de hoje não nega que elas se diferenciam do restante da cidade, mas você sabia que antes desses prédios, outras construções integravam o espaço e foram demolidas?

Essa curiosidade aparece junto à história do engenheiro Aurélio Ibiapina, responsável pela construção da antiga estrada de ferro da NOB (Noroeste do Brasil), em 1930. Como conta Ângelo Marcos Vieira de Arruda em livro organizado pelo IHGMS (Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul).

“Antes da estação atual existir, outros prédios foram construídos e demolidos, o primeiro deles em 1914, erguido em estrutura de madeira precária, localizado nas proximidades da atual Avenida Mato Grosso. Dessa época não há fotos ou desenhos, mas existem registros similares em Três Lagoas, Água Clara e Ribas do Rio Pardo”, descreve.

Segundo o autor, as construções eram usadas apenas para fazer com que o trem funcionasse no respectivo trecho. Foi em meados de 1919 que as discussões tomaram força para a construção de uma estação maior por aqui.

Na época, havia uma movimentação com abertura de mercados internacionais e os movimentos de importação e exportação impulsionam os comerciantes da região. “Com isso, Campo Grande começou a ser analisada pelos dirigentes da NOB como uma localidade onde deveria haver mais investimentos por parte da companhia”.

Período em que a estação estava ativa e com público. (Foto: Museu Ferroviário de Bauru)
Período em que a estação estava ativa e com público. (Foto: Museu Ferroviário de Bauru)

O passo seguinte seria desapropriar terrenos próximos das antigas construções para conseguir, mas isso acabou não acontecendo.

“A estação de madeira foi demolida e em seu lugar foi construída outra, em alvenaria, com cobertura em telha de barro, no estilo das demais construídas em outras cidades”, explica Ângelo no texto.

Voltando para o assunto de desapropriação, isso aconteceu com a ideia de criar uma esplanada e foi nesse momento que o engenheiro Aurélio chegou por aqui. “A primeira edificação construída logo após a estação ferroviária de 1914 foi o imóvel para abrigar o chefe da NOB na cidade, com acesso original pela linha de trem e atualmente pela Rua dos Ferroviários. Essa casa foi erguida em 1920 e abrigou a chefia até 1934, com a chegada de Ibiapina”.

E o decorrer da história envolve a construção dos outros prédios com a ampliação de sua área. Hoje, as construções são tombadas, mas ainda muito se discute sobre a sua manutenção e novidades de restauração.


Exemplo disso são os projetos que devem ser desenvolvidos entre Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo) e Iphan/MS (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico) para o complexo como um todo - que recebeu verba do Governo Federal.

Mês do Patrimônio

E, para quem gosta do assunto, agosto é o mês do patrimônio em Mato Grosso do Sul. Integrando a programação, o Iphan irá oferecer um passeio guiado noturno pela área tombada da Capital.

A ação será realizada no dia 16 de agosto, às 19h, saindo do Monumento da Maria Fumaça (Avenida Mato Grosso com Calógeras). Mais informações podem ser consultadas através do número (67) 99248-5598.

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