Espetáculo discute envelhecer, escolhas da vida e a inevitável morte
Em cerca de uma hora e meia, a peça Três Mulheres Altas faz o público viajar no tempo e olhar para si

Em cerca de uma hora e meia, a peça Três Mulheres Altas faz o público viajar no tempo e olhar para si. Encarnada por Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, a mesma personagem surge em três momentos da vida: aos 26, 52 e 92 anos.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
No palco, o que parece ser apenas uma conversa íntima entre diferentes versões da mesma mulher se transforma em uma reflexão maior sobre escolhas, envelhecimento e a finitude da vida. No fim, cada espectador se reconhece ali, em alguma fase, em algum dilema.
Em cartaz no Teatro Glauce Rocha, a peça chega à última sessão neste domingo (5), às 17h.
Para Helena Ranaldi, o trabalho carrega uma troca real entre gerações, dentro e fora do palco. “A Ana é um exemplo e tem sido um exemplo para mim de energia para a vida, de disposição. Ela não reclama de nada e isso ensina muito para a gente. A peça fala um pouco disso, porque uma aprende com a outra. O que a minha personagem já viveu, a da Fernanda ainda não, e eu também não vivi coisas que a personagem da Ana já passou. Então é um grande aprendizado”, destaca.
Ana Rosa, aos 83 anos, leva para o palco a experiência acumulada em décadas de vida e carreira. “Ou você se torna uma pessoa chata, que ninguém suporta, ou você vai contornando em determinados pontos. Isso é necessário para continuar convivendo com os mais jovens. A peça fala sobre isso. E eu gosto de trazer leveza, porque senão ficaria muito pesado falar apenas do momento em que a vida acaba. O humor ajuda o público a refletir sem que pese tanto”, analisa.
Fernanda Nobre, a mais jovem do trio, destaca como o texto a fez repensar as próprias escolhas. “Essa peça pega em um lugar muito especial para mim. Quais escolhas a gente faz hoje para ser o amanhã? Muitas vezes nós, mulheres, não temos essa possibilidade de escolher, porque estamos em uma sociedade que nos oprime. A minha personagem ainda vai viver muita coisa, mas quando o tempo passa, ela olha para trás e se pergunta: o que eu fiz da minha vida?”, destaca.
No fim da apresentação, é justamente a pergunta que os espectadores se fazem.
Quais escolhas me trouxeram até aqui? Como quero envelhecer? O que posso aprender com quem já viveu o que ainda não vivi?
“A peça fala sobre as fases da vida e como encarar cada uma delas. Eu reflito bastante sobre isso e acredito que o público também sai refletindo”, avalia Helena.
O espetáculo percorre várias cidades do Brasil, mas, segundo as três mulheres, a recepção em Campo Grande chamou a atenção. “A plateia foi maravilhosa, calorosa, aberta. Em alguns momentos, ela reagiu de formas inesperadas, e isso é muito gostoso para o ator. O melhor pagamento é esse, sentir que o público está junto com a gente”, pontuou Ana Rosa.
“Eles entendiam tudo, até em pontos que nenhum outro público respondeu. Essa troca é incrível”, completou Fernanda.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.