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Em Pauta

Os fordecos da fronteira: “saio, não sei se chego”

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 05/10/2025 08:15
Os fordecos da fronteira: “saio, não sei se chego”

No inicio do século passado, os pequenos caminhões da Ford, chamados popularmente de “Fordecos”, eram grotescos, de linhas deselegantes e de péssima qualidade. No Mato Grosso do Sul, não tiveram vendagem em toda a região, a única exceção ficou por conta da fronteira com o Paraguai.


Os fordecos da fronteira: “saio, não sei se chego”

Caminhão casamenteiro.

Comentavam que eles só tinham uma utilidade: realizar casamentos que estavam encravados. Com os passeios pelos extensos guavirais existentes na região, eles foram se realizando. Também receberam em pouco tempo de tráfego um nome de batismo: “saio, não sei se chego”.


Os fordecos da fronteira: “saio, não sei se chego”

Pneu estoura sempre.

Os grandes problemas do fordeco eram os pneus e o radiador. Um baque mais forte era o
bastante para o pneu estourar. O chofer estava em palpos de aranha, era difícil consertar. Amarravam o pneu arrebentado com laço e até com arame. Todos carregavam um pedaço de pneu velho, preciosa ajuda para o conserto.


Os fordecos da fronteira: “saio, não sei se chego”

O radiador fervente.

A água, outro trabalhão danado. Quando o radiador fervia, era até bonito ver a água pipocando na fervura brava e jorrando alto. Assustava até cachorro, que corria ganindo. Não havia quem o consertasse. Mas viraram moda na fronteira. Houve até desfile desses pequenos caminhões, fazendo a festa em P.Porã e Pedro Juan.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.