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Artes

Na despedida, família e amigos destacam companheirismo como legado de Amambaí

Sepultamento ocorreu na manhã deste sábado (7) e cerimônia reuniu familiares e amigos mais próximos

Danielle Valentim | 07/04/2018 12:00
À esquerda, o músico Lourisval (amigo de infância) e à direita o músico Campestre. (Foto: Danielle Valentim)
À esquerda, o músico Lourisval (amigo de infância) e à direita o músico Campestre. (Foto: Danielle Valentim)

A morte do cantor Cecílio da Silva, mais conhecido como Amambaí, da dupla Amambay e Amambaí, movimentou a classe musical de Mato Grosso do Sul. O velório virou um encontro de “artistas das antigas”, dentre eles parte da família Espíndola.

Na manhã deste sábado (7), durante a cerimônia de sepultamento, filho e amigos de infância destacaram a alegria e o companheirismo como legado do artista.

O cortejo chegou no Cemitério Monte das Oliveiras por volta das 10h40. Ao contrário do velório, que reuniu muitos nomes da música sul-mato-grossense, a última despedida foi rápida e reservada a familiares e amigos mais próximos.

Ainda ontem (6), Amambay, que ainda se recupera de um AVC, foi até o velório se despedir do ex-parceiro, com quem gravou 18 discos e dividiu palco por mais de 50 anos de carreira. A notícia do falecimento de Amambaí, não foi revelada imediatamente, pois o músico tinha acabado de receber alta do hospital.

Aos 70 anos, o músico Lorisval Alexandre Silva, conta que conheceu Amambaí ainda na infância, quando moraram em Aquidauana. Trabalhando em outras áreas para se manter, o acordeonista nunca deixou a música e recorda da época em que fez parte do trio “Campeiro (irmão de Amambaí), Valderley e Lorisval”.

Aos 70 anos, o músico Lorisval conheceu Amambaí na infância, e tocou por 10 anos com Campestre,
irmão do cantor. (Foto: Danielle Valentim)
Aos 70 anos, o músico Lorisval conheceu Amambaí na infância, e tocou por 10 anos com Campestre, irmão do cantor. (Foto: Danielle Valentim)
Lorisval com o acordeão vendido a Amambaí,
em 1987. (Foto: Arquivo Pessoal)
Lorisval com o acordeão vendido a Amambaí, em 1987. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Conheci Amambaí na Infância, logo depois comecei a trabalhar em um frigorífico de Anastácio, mas nunca deixou a música. Depois toquei com o irmão do Amambaí, o Campeiro, por mais dez anos. Até que Amambaí fez carreira internacional em meados de 1981 e deu uma sumida, mas quando voltou foi a mesma coisa. A gente tocava um na casa do outro, ali na região do Santo Amaro, sempre no reunimos. Em 1987 até vendi um acordeão para ele”, relatou.

Irmão de Amambaí, João Campeiro, de 69 anos, também foi ao sepultamento realizar as últimas homenagens e se despedir pela última. Na memória do violonista, as tocadas nas fazendas do interior do Estado são as mais vivas.

“Não dá para esquecer. Era música e churrasco o dia todo. Muita alegria. Relmente é uma grande perda, não só para a história da música como para a família”, disse.

Antes de autorizar o encerramento da cerimônia, a filha caçula de Amambaí, Nilma de Araújo Silva Lima, de 37 anos, relembrou a história de conquista do pai e de ele sempre tê-la ensinado a ser forte. “É muita tristeza, mas ao mesmo tempo alegria pelo legado deixado por meu pai”, disse.

Sepultamento ocorreu no Monte das Oliveiras. (Foto: Danielle Valentim)
Sepultamento ocorreu no Monte das Oliveiras. (Foto: Danielle Valentim)

Morte - Amambaí morreu no Hospital Universitário, em Campo Grande, onde estava internado há pelo menos 40 dias. De acordo com um dos filhos do cantor, Jean de Araújo Silva, de 31 anos, o artista realizava tratamento de problemas vasculares nas pernas e, após o terceiro procedimento cirúrgico, apresentou complicações.

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