Anna descobriu câncer agressivo e aprendeu o valor de acordar viva
Doença com 95% de agressividade levou Anna a retirar uma das mamas; mesmo assim, ela se mantém grata pela vida
De um dia para o outro, a vida de Anna Paula Calderoni, hoje com 30 anos, virou de cabeça para baixo. Depois de um dia em família, o marido notou um caroço no seio esquerdo da companheira. Detalhe que mudaria para sempre a rotina e a vida dos dois. “Apareceu do nada. No domingo, a gente estava na piscina e, na segunda-feira, tinha um nódulo de quatro centímetros”, conta.
RESUMO
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Anna Paula Calderoni, 30 anos, enfrentou um câncer de mama altamente agressivo após descobrir um nódulo inesperado em seu seio esquerdo. O diagnóstico revelou um tumor com 95% de agressividade, levando-a a passar por quimioterapia e mastectomia radical. Após intenso tratamento, incluindo 15 sessões de radioterapia viabilizadas por um empréstimo bancário, Anna foi declarada livre da doença. Hoje, ela aguarda a reconstrução mamária e compartilha sua história de superação, destacando como a experiência transformou sua perspectiva sobre a vida.
Até então, Anna levava uma rotina comum. Vaidosa, com cabelo comprido, sem histórico de câncer na família e sem sintomas anteriores, nunca imaginou que aquele nódulo marcaria o início da fase mais difícil da vida.
“Eu achava que era algo simples, que tinha batido o peito. Fui ao médico e ele disse que aquilo não tinha aparecido do nada. Mas eu insisti que nunca tinha notado qualquer sinal. Depois descobrimos que um câncer já estava ali, escondido”, detalha.
O diagnóstico veio em julho de 2024, justamente no dia do aniversário do marido. “O médico folheou os papéis e disse que era um câncer maligno, muito agressivo, com 95% de agressividade. Quando ouvi a palavra câncer, eu desabei. Liguei chorando para a minha mãe”, lembra.
Começava ali uma longa batalha. Anna fez as primeiras sessões de quimioterapia, passou mal, perdeu o cabelo e precisou enfrentar o espelho. “Eu era muito vaidosa. Sempre reclamei do meu cabelo e dos cílios. Mas quando vi outras mulheres na quimioterapia, todas carecas, percebi que a beleza está em estar viva. Deus falou comigo ali, para eu aprender a valorizar o que tenho”, relata.
Mesmo com o tratamento intenso, o tumor não diminuía. “O médico disse que iria quebrar protocolo porque a quimio branca não estava funcionando, que usaria a vermelha, a mais agressiva. Mas mesmo assim o nódulo não cedia”, relembra.
No dia 12 de novembro de 2024, Anna passou pela cirurgia que mudou sua história. “Não tinha mais o que fazer. Na cirurgia, o médico viu que o nódulo já estava com 8 centímetros e decidiu tirar toda a mama esquerda para garantir que o câncer não voltasse”, conta.
Dois dias depois, ela já estava na igreja, lugar onde encontrou forças para lidar com todo o processo. “Fui agradecer pela vida. Quem passa por isso entende o valor de acordar viva”, diz.
A luta, porém, ainda não tinha acabado. Em fevereiro deste ano, os médicos recomendaram radioterapia, mas o tipo indicado custava R$ 24 mil, e o plano de saúde cobria só metade.
“Não tínhamos o dinheiro. Oramos, buscamos força e, do nada, meu marido conseguiu R$ 14 mil liberados com o banco. Foi o suficiente. Fiz as 15 sessões e todos os exames depois mostraram que não havia mais vestígio de câncer”, revela.
Hoje, curada, Anna fala sobre serenidade e gratidão. “Deus me mostrou o valor das coisas simples. Eu agradeço por comer um pedaço de carne e até por sentir o sol, que eram coisas que eu não podia durante o tratamento. Antes eu reclamava de muita coisa, agora, agradeço por tudo”, avalia.
Aos 30 anos, ela comemora a vitória sobre um câncer com 95% de agressividade. No fim do ano, fará a reconstrução da mama retirada. “Foram meses de dor, medo e fé. Mas hoje eu só quero viver com gratidão. Aprendi que o valor da vida está nas pequenas coisas”, finaliza.
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