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Comportamento

Anna descobriu câncer agressivo e aprendeu o valor de acordar viva

Doença com 95% de agressividade levou Anna a retirar uma das mamas; mesmo assim, ela se mantém grata pela vida

Por Clayton Neves | 04/11/2025 07:11
Anna descobriu câncer agressivo e aprendeu o valor de acordar viva
Mesmo nos momentos mais difíceis, Anna manteve o sorriso no rosto. (Foto: Arquivo Pessoal)

De um dia para o outro, a vida de Anna Paula Calderoni, hoje com 30 anos, virou de cabeça para baixo. Depois de um dia em família, o marido notou um caroço no seio esquerdo da companheira. Detalhe que mudaria para sempre a rotina e a vida dos dois. “Apareceu do nada. No domingo, a gente estava na piscina e, na segunda-feira, tinha um nódulo de quatro centímetros”, conta.

RESUMO

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Anna Paula Calderoni, 30 anos, enfrentou um câncer de mama altamente agressivo após descobrir um nódulo inesperado em seu seio esquerdo. O diagnóstico revelou um tumor com 95% de agressividade, levando-a a passar por quimioterapia e mastectomia radical. Após intenso tratamento, incluindo 15 sessões de radioterapia viabilizadas por um empréstimo bancário, Anna foi declarada livre da doença. Hoje, ela aguarda a reconstrução mamária e compartilha sua história de superação, destacando como a experiência transformou sua perspectiva sobre a vida.

Até então, Anna levava uma rotina comum. Vaidosa, com cabelo comprido, sem histórico de câncer na família e sem sintomas anteriores, nunca imaginou que aquele nódulo marcaria o início da fase mais difícil da vida.

“Eu achava que era algo simples, que tinha batido o peito. Fui ao médico e ele disse que aquilo não tinha aparecido do nada. Mas eu insisti que nunca tinha notado qualquer sinal. Depois descobrimos que um câncer já estava ali, escondido”, detalha.

Anna descobriu câncer agressivo e aprendeu o valor de acordar viva
Anna antes da descoberta do câncer, em 2024. (Foto: Arquivo Pessoal)
Anna descobriu câncer agressivo e aprendeu o valor de acordar viva
Câncer agressivo exigiu meses de tratamento e a retirada de uma das mama. (Foto: Arquivo Pessoal)

O diagnóstico veio em julho de 2024, justamente no dia do aniversário do marido. “O médico folheou os papéis e disse que era um câncer maligno, muito agressivo, com 95% de agressividade. Quando ouvi a palavra câncer, eu desabei. Liguei chorando para a minha mãe”, lembra.

Começava ali uma longa batalha. Anna fez as primeiras sessões de quimioterapia, passou mal, perdeu o cabelo e precisou enfrentar o espelho. “Eu era muito vaidosa. Sempre reclamei do meu cabelo e dos cílios. Mas quando vi outras mulheres na quimioterapia, todas carecas, percebi que a beleza está em estar viva. Deus falou comigo ali, para eu aprender a valorizar o que tenho”, relata.

Mesmo com o tratamento intenso, o tumor não diminuía. “O médico disse que iria quebrar protocolo porque a quimio branca não estava funcionando, que usaria a vermelha, a mais agressiva. Mas mesmo assim o nódulo não cedia”, relembra.

Anna descobriu câncer agressivo e aprendeu o valor de acordar viva
Para dar força, o esposo, Marcelo, raspou a cabeça junto com Anna. (Foto: Arquivo Pessoal)
Anna descobriu câncer agressivo e aprendeu o valor de acordar viva
Fé e pastores também foram essenciais no processo contra o câncer. (Foto: Arquivo Pessoal)

No dia 12 de novembro de 2024, Anna passou pela cirurgia que mudou sua história. “Não tinha mais o que fazer. Na cirurgia, o médico viu que o nódulo já estava com 8 centímetros e decidiu tirar toda a mama esquerda para garantir que o câncer não voltasse”, conta.

Dois dias depois, ela já estava na igreja, lugar onde encontrou forças para lidar com todo o processo. “Fui agradecer pela vida. Quem passa por isso entende o valor de acordar viva”, diz.

A luta, porém, ainda não tinha acabado. Em fevereiro deste ano, os médicos recomendaram radioterapia, mas o tipo indicado custava R$ 24 mil, e o plano de saúde cobria só metade.

“Não tínhamos o dinheiro. Oramos, buscamos força e, do nada, meu marido conseguiu R$ 14 mil liberados com o banco. Foi o suficiente. Fiz as 15 sessões e todos os exames depois mostraram que não havia mais vestígio de câncer”, revela.

Anna descobriu câncer agressivo e aprendeu o valor de acordar viva
Imagem feita no dia em que Anna tocou o sino do hospital, símbolo de que estava curada
Anna descobriu câncer agressivo e aprendeu o valor de acordar viva
Hoje, cabelo voltou e Anna comemora cada pequeno gesto da vida. (Foto: Arquivo Pessoal)

Hoje, curada, Anna fala sobre serenidade e gratidão. “Deus me mostrou o valor das coisas simples. Eu agradeço por comer um pedaço de carne e até por sentir o sol, que eram coisas que eu não podia durante o tratamento. Antes eu reclamava de muita coisa, agora, agradeço por tudo”, avalia.

Aos 30 anos, ela comemora a vitória sobre um câncer com 95% de agressividade. No fim do ano, fará a reconstrução da mama retirada. “Foram meses de dor, medo e fé. Mas hoje eu só quero viver com gratidão. Aprendi que o valor da vida está nas pequenas coisas”, finaliza.

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