Com arara no A e berrante no B, alfabeto pantaneiro facilita o ensino
Escola encontrou uma forma de facilitar o ensino da leitura para crianças, inspirada no Pantanal, e deu certo
Na Vila Nova, um bairro simples de Rio Verde, o aprendizado das letras ganhou perfil regional. No Centro de Educação Infantil Venância Gonçalves Ferreira, as crianças não descobrem o "A" de amor ou o "B" de baixinho, mas sim o "A" da arara e o "B" do berrante.
RESUMO
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Em Rio Verde, Mato Grosso do Sul, o Centro de Educação Infantil Venância Gonçalves Ferreira implementou o projeto "Alfabetiza Pantanal", que utiliza elementos regionais para alfabetizar crianças de 1 a 4 anos. A iniciativa substitui as tradicionais associações do alfabeto por exemplos como "A" de arara e "B" de berrante, aproximando o aprendizado da realidade dos alunos. Com 135 alunos, o projeto integra o alfabeto pantaneiro em diversas atividades, desde passeios à fábrica de chapéus local até a adaptação de jogos, brincadeiras e alimentação regional. A iniciativa visa promover o pertencimento e o entusiasmo pelo aprendizado, recebendo avaliações positivas tanto de professores quanto dos pais. O "Alfabetiza Pantanal" já foi apresentado em encontros em Miranda e Campo Grande, inspirando outras escolas da região.
Desse jeito, com DNA bem sul-mato-grossense, nasceu o projeto “Alfabetiza Pantanal”, iniciativa que transformou o cotidiano da escola em um mergulho na cultura pantaneira. Com a proposta, o objetivo é facilitar o entendimento trazendo elementos do do dia a dia das crianças.
"Nós demos ênfase aos elementos do Pantanal, que é um ambiente conhecido e onde a criança está inserida. E disso surgiu o Alfabetiza Pantanal, que ensinar as crianças inserindo coisas que eles veem no dia a dia ou que os pais comentam em casa. É nosso alfabeto pantaneiro”, explica a diretora Katiane Rodrigues de Lara.
Ao todo, 135 alunos de 1 a 4 anos da creche da Vila Nova vivem o alfabeto pantaneiro diariamente. A cada passeio, cada refeição e cada brincadeira, as letras se aproximam da vida real. “Às vezes os pequenininhos ainda não conhecem a letra, mas se você pergunta cadê a arara no cartaz, eles já apontam para a aletra certa. Eles são apaixonados por isso”, conta.
As atividades vão além do alfabeto. Os professores adaptam jogos, brincadeiras e até a alimentação é regionalizada para ensinar promovendo pertencimento. “De vez em quando a gente faz o quebra-torto de manhã. Eles comem sopa paraguaia, por exemplo. A gente adapta a comida à realidade local e sempre associa às letras”, conta.
No espaço da educação física, a imaginação pantaneira também aparece. “Se a criança vai passar em cima de uma rampa para desenvolver o equilíbrio, a professora cria a situação de que é uma ponte, e que embaixo tem jacarés e peixes. Ali já é ensinado que eles não podem cair, se não os bichinhos pegam”, exemplifica Katiane.
Até os passeios escolares ganham esse toque regional. Um dos mais esperados é a visita à fábrica de chapéus de Rio Verde. “Eles voltam todos de chapéu. Já virou a identidade deles. Nos ”, comenta.
O projeto já foi levado para encontros em Miranda e Campo Grande, e vem inspirando outras creches da rede municipal. Mais do que uma metodologia de ensino, o alfabeto pantaneiro virou marca de identidade para as crianças. “Hoje a gente respira em torno desse projeto”, resume a diretora.
Segundo Katiane, entre os pais a avaliação também é positiva. “Eles gostam porque percebem que os filhos identificam coisas que talvez, com um método tradicional, não estariam aprendendo com tanto entusiasmo”, finaliza.
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