Conversa e garapa fresca atraem freguesia até na porta do cemitério
Enquanto muita gente não passa nem perto de cemitérios, Flávio decidiu abrir negócio justamente em frente a um
Enquanto muita gente aí faz tudo pra não passar nem perto de cemitérios, Flávio Alves de Oliveira, de 52 anos, fez o caminho inverso e decidiu abrir um negócio justamente em frente ao maior de Campo Grande, o Cemitério do Santo Amaro.
Depois de anos trabalhando como motorista entregador, Flávio abriu as portas de um trailer garaparia em frente ao cemitério. No local, serve caldo de cana fresquinho, paçoca e até vende sabão caseiro. Apesar do lugar inusitado para empreender, ele garante a sombra das árvores e a conversa boa é o que atrai clientela fiel.
“Eu nunca tinha trabalhado com isso. Foi um amigo da igreja que me falou que o ponto estava para vender ou alugar. Aí vim dar uma olhada e fechei negócio em abril do ano passado e estou aqui há um ano”, explica.
Segundo ele, empreender fez bem não só para o financeiro, mas para o corpo e a mente. “Melhorou muito minha saúde, porque eu estava com depressão, ficava muito em casa. Isso aqui me ajudou demais”, conta Flávio, que superou dificuldades emocionais com a rotina tranquila e o novo ofício.
O trailer rodeado de árvores, fica bem de frente ao portão do Cemitério Santo Amaro. Mas, para Flávio, isso nunca foi obstáculo. “Pra mim, trabalhar em frente ao cemitério não tem diferença nenhuma. Aqui é muito tranquilo. No Dia de Finados, por exemplo, é um dos melhores dias de venda. Vem bastante gente”, diz.
O nome, “Garaparia Paraíso” surgiu como elogio e acabou ficando. “Um amigo veio aqui e falou que o lugar parecia um paraíso. Aí eu coloquei o nome”, detalha.
Limpeza, sombra e simpatia - Quando assumiu o ponto, Flávio conta que o local estava abandonado. “Era muito sujo, cheio de colchão, e muitos moradores de rua e usuários de droga dormiam aqui. Mas eu fui limpando tudo, o movimentando foi aumentando e eles foram saindo naturalmente. Nunca expulsei ninguém, até dava garapa para alguns”, relata.
A estrutura é simples, mas bem cuidada. E o atendimento, segundo o próprio Flávio, é o diferencial. “Eu tento atender o melhor possível. Acho que a higiene também é muito importante. As pessoas gostam da sombra, do lugar aconchegante. Ainda quero colocar mais mesas, cadeiras e começar a vender salgados”, pontua.
Hoje, Flávio vende copos de 300 ml por R$ 6 e de 500 ml por R$ 8. Também tem garrafas de 1 litro e 2 litros, com opções de sabores limão, gengibre, abacaxi e o tradicional, puro. “O que mais sai é com limão. É a combinação perfeita”, afirma. Além do caldo, ele também vende paçoca e sabão caseiro, feito por ele mesmo.
A rotina começa às 10h e vai até 18h durante a semana. Aos domingos, ele fecha mais cedo, às 16h. “Só fecho se estiver doente”, finaliza.
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