Em 5 minutos e na correria, fotógrafa vira parteira e ajuda Ísis vir ao mundo
Ana iria apenas registrar o nascimento do bebê, mas precisou colocar a mão na massa para salvar a criança
Em apenas 5 minutos, a fotógrafa Ana Carla da Silva Ferreira, de 32 anos, precisou largar as lentes e virar parteira e salvar a vida de Ísis. O bebê apressado veio ao mundo na correria e antes do tempo. No susto, a mãe, Karollayne Cristina, teve que recorrer à fotógrafa. Sem nunca ter feito um parto, mas com a experiência de quem já assistiu a vários, Ana conseguiu realizar o procedimento e ainda hoje mal acredita no que aconteceu.
Ísis nasceu às 22h13 desta segunda-feira (7), com 3 kg e 49 cm. Ana tinha acabado de chegar do futebol quando recebeu a ligação de Karollayne. Desesperada ela contou que não encontrava carro de aplicativo para ir ao hospital. Contratada para registrar o nascimento da criança, Ana pegou a câmera, a auxiliar e foi.
“Até 10h08 eu era fotógrafa, e às 10h13 virei parteira. Ela mandou assim: ‘Acho que a minha bolsa rompeu’. Saí de casa já eram quase 22 horas, e cheguei lá em 8 minutos. Estacionei o carro, deixei o alerta ligado e as portas abertas. Falei para minha auxiliar que já voltava, que iria só pegar e colocar ela no carro. Quando entrei, ela já estava deitada em posição de expulsão. Chamei a minha auxiliar para registrar.”
Mesmo sem nunca ter passado por algo parecido, Ana conduziu a situação com calma e conseguiu tranquilizar Karollayne. Poucos minutos depois, Ísis nasceu. Mas, para aumentar ainda mais a tensão, a bebê não chorou. Foi aí que Ana ligou para uma amiga obstetra.
"Como ela não chorou, eu fiquei esfregando as costinhas dela e a barriga para ela poder chorar. Quando ela chorou, deu um gritinho e parou de novo. Aí fiz massagem outra vez, ela chorou e começou a ficar rosinha. Foi a hora que eu entreguei no colo da mãe. Foi dentro da casa dela, no quarto, só a gente mesmo. Aí eu liguei para uma obstetra para saber se precisava chamar o SAMU."
Como a mãe estava bem, a médica disse que não havia necessidade, que ela mesma poderia levar Karollyne o mais rápido possível. Não houve tempo sequer de cortar o cordão e, como não havia nenhum utensílio adequado, o jeito foi improvisar.
Fiquei com o bebê no colo porque o cordão era curto. Fui andando devagarzinho com ela agachada até o carro e levei para a maternidade. Chegando lá, como eu já estou sempre fotografando, as meninas até perguntaram: 'Aonde você vai assim?' Porque eu estava jogando bola. Era minha segunda-feira de lazer."
A mãe de Ísis, Karolayne Cristina Afonso Calonga, de 22 anos, conta que, apesar do susto, o momento foi muito emocionante e que estava tudo certo para o parto no próximo dia.
"Me sinto feliz e grata que minha bebê veio com saúde, mas também muito assustada. Porque não estava nos meus planos ter o parto em casa. Além de amiga e eu sempre poder contar com ela, nunca imagine que ela iria fazer meu parto".
Já para Ana, a sensação que fica é de gratidão por ter conseguido manter a calma e fazer o que tantas vezes viu as médicas fazerem.
“É gratificante demais ver uma criança nascer e entregar no colo da mãe. Quando ela conseguiu entender que o bebê tinha nascido, chorou. Tenho 12 anos de fotografia, assisto a muitos partos. Mas depois que tudo aconteceu, aí bateu aquele desespero: ‘Meu Deus, o que eu fiz?’. A gente não imagina que tem essa força para fazer um trabalho assim. Até porque, a intenção era só para fazer as fotos. Eu até rotacionei a criança sem saber que tinha que rotacionar.”
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