ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JULHO, QUINTA  10    CAMPO GRANDE 26º

Comportamento

Gerson desafia família flamenguista e mantém relíquias do Fluminense

Diferente do pai e dos seis irmãos, ele decidiu torcer pelo tricolor e guarda discos de vinil da década de 60

Por Clayton Neves | 10/07/2025 07:20
Gerson desafia família flamenguista e mantém relíquias do Fluminense
Gerson exibe dois dos quatro discos que tem do Fluminense. (Foto: Paulo Francis)

Enquanto a casa inteira vibrava em vermelho e preto, Gerson Alves, hoje com 62 anos, mirou em outra direção. Em Juiz de Fora, na infância, a família inteira torcia para o Flamengo, porém, o pequeno Gerson, aos 9 anos, foi fisgado pela paixão pelo Fluminense.

"A minha família toda é flamenguista, seguindo os passos do meu pai. Todos os jogos do Flamengo ele estendia a bandeira do time em casa e era um amor só pelo", lembra.

No entanto, ainda criança, ele teve opinião contrária à do pai e dos seis irmãos. "Eu não gostava daquela cor preta e vermelha. Aí, quando vi o Fluminense já gostei logo de cara, achei a cor do time bonita e decidi que ia torcer por aquela equipe", detalha.

Foi aí que começou a história de um tricolor no meio de uma multidão rubro-negra. No entanto, de acordo com Gerson, não era fácil sustentar a escolha dentro de casa. "Meu pai me olhava feio e se falasse alguma coisa, ele já batia. Mandava até ajoelhar no milho", lembra.

Gerson desafia família flamenguista e mantém relíquias do Fluminense
Discos do torcedor foram lançados nas décadas de 60, 70 e 80. (Foto: Paulo Francis)

A devoção do pai era tanta que nem nos dias de jogo do Fluminense Gerson não podia expressar sua torcida em casa. “Uma época minha mãe me deu um short branco que tinha umas listras que lembravam a cor do Fluminense. Era minha paixão. Eu usava ele pra jogar bola com os colegas, só para poder dizer que eu era Fluminense. Mas isso só fora de casa", pontua.

Foi só depois de adulto, já longe da vigilância paterna, que ele pôde finalmente vestir a camisa e torcer abertamente pelo time que decidiu seguir.

Mas, o amor pelo tricolor não parou aí. Gerson passou a frequentar encontro de torcedores e até virou um guardião de relíquias relacionadas ao time. Entre elas, quatro discos raros do Fluminense, lançados nas décadas de 60, 70 e 80.

Gerson desafia família flamenguista e mantém relíquias do Fluminense
Discos são relíquias que Gerson não vende e não dá a ninguém. (Foto: Arquivo Pessoal)

"São quatro. Um disco de 1969, outro de 1976, lançado pela revista Placar, um de 1980 e outro de 1983. Esses discos são raros, de colecionador, não é todo mundo que tem. Pelo menos aqui em Mato Grosso são únicos", garante.

Segundo ele, os itens foram um achado. "Foi um descarte que a família de um médico fez. Comprei vários diacos e eles estavam no meio. De repente ninguém viu o valor que tinham, mas eu vi", comenta.

Hoje, os discos são xodó pessoal do qual ele não abre mão e ainda exibe empolgado sempre que pode. "Sempre que mostro alguns amigos admiram, tiram foto, mas eu não vendo, não dou e não empresto. Vão ficar comigo", afirma.

Uma vez ou outra Gerson põe os discos para tocar na vitrola que tem em casa. Entre as músicas que compõem os álbuns, estão faixas de exaltação ao tricolor e marchinhas de carnaval da época em que o Rio de Janeiro nem era chamado assim. "Era Estado da Guanabara, não era Rio de Janeiro ainda. É coisa antiga", detalha.

Gerson desafia família flamenguista e mantém relíquias do Fluminense
Faixas têm ainda locuções na voz de José Carlos Araújo, da antiga Rádio Tupi. (Foto: Paulo Francis)

As faixas têm ainda locuções na voz de José Carlos Araújo, da antiga Rádio Tupi. "Meu pai via o jogo na televisão preto e branco e colocava o rádio no último volume. O José Carlos Araújo era da Rádio Tupi e a gente sempre ouvia a voz dele narrando. Isso foi uma coincidência e uma nostalgia”, lembra.

Nesta semana, o time do coração de Gerson perdeu por 2 a 0 para o Chelsea na semifinal da Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Ainda assim, o torcedor se sente orgulhoso do desempenho da equipe e se diz confiante e acredita que bons resultados estão por vir. "Nós estamos fazendo um bom trabalho, estamos  bem", avalia.

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias