Juntos 24 horas por dia, casal desafia o mito de que a rotina mata o amor
Policiais compartilham aventuras radicais e falam como é viver junto 24 horas 7 dias por semana
Tem gente que acha que a rotina mata o amor, mas o casal Patrícia Marim Barbosa, de 48 anos, e Luiz Filipi Treib, de 43, diz com todas as letras que não. Pelo contrário: a rotina fortalece. Juntos 24 horas por dia, sete dias por semana, há nove anos, eles vivem colados, tanto no dia a dia quanto nas inúmeras aventuras que fazem pelo país.
Seja na escalada, na corrida, no turismo, na trilha, na cachoeira ou no trabalho, a forma como vivem nunca foi resultado de cobrança ou exigência. Segundo Patrícia, tudo aconteceu assim, naturalmente. Muita gente pode achar brega ou exagerado, mas eles acham lindo.
“Pra gente funciona muito bem. Somos muito felizes juntos, a ponto de sentirmos falta um do outro quando não estamos perto. Fazemos literalmente tudo juntos: as correrias de casa, lemos, treinamos, cozinhamos... Acredito que nossa vida seja muito intensa e, por isso, acabamos não tendo medo da rotina. Na verdade, amamos nossa rotina, porque fazemos a nossa vida do jeito que desejamos que ela seja, sem romantizar os problemas, mas também sem dar a eles uma dimensão maior do que realmente têm.”
Os dois são policiais rodoviários federais, mas deixam isso de lado nas redes sociais. Em um perfil exclusivo, chamado Casal 24/7, dedicado às andanças dos dois, Patrícia e Luiz compartilham lugares incríveis e experiências que vivenciam, principalmente na escalada esportiva. Para tornar a ideia mais profissional, o casal chegou a criar até uma logomarca oficial com a foto dos dois de costas.
“Sabemos que muitos acham exagerado o nosso convívio, mas somos muito felizes assim, pois não é algo imposto, é natural, livre e espontâneo. Alguns dizem que somos loucos por estarmos sempre juntos, outros acham bonita a nossa relação. Na verdade, não buscamos ser modelo para outros casais, apenas vivemos do jeito que nos faz feliz.”
Quando o casal se separa por causa de obrigações do dia a dia, logo bate a saudade, conta Patrícia. “Acabamos sentindo falta um do outro.”
Nem sempre Patrícia foi a aventureira. O gosto pelos esportes e pela adrenalina vieram junto com Luiz. A escalada foi uma descoberta em conjunto.
"Escalamos há 1 ano e meio. Tivemos contato com a escalada em 2021, só que apenas começamos a praticar de forma mais regular em 2024". Ela conta que os lugares escolhidos para as descobertas sempre são no Brasil.
"Praticamente tudo que fizemos é aqui. Amamos nossa terra e ainda sai muito mais em conta, mesmo fazendo uma viagem bem mais longa. A nossa logo somos nós com alguns elementos que nos representam como a estrada que é nosso local de trabalho, montanha ao fundo que nós amamos e alguns elementos que identificam nosso estado como o Ipê amarelo, as araras e o tuiuiú".
Os dois se conheceram no serviço em 2012, porém os plantões juntos só aconteceram anos mais tarde, em 2019.
“Ele já era PRF e acabei trabalhando com ele, mas nada rolou. Ambos éramos casados e, em poucos meses, fui removida para trabalhar na Superintendência, o que nos fez praticamente perder todo contato.”
Em 2016, ele também começou a trabalhar internamente. Na época, Luiz estava separado também.
“Começamos a conversar e marcamos de correr juntos. Em uma dessas corridas, acabamos dando nosso primeiro beijo. Não precisamos de muito tempo para perceber que o tempo sem o outro passava lentamente, enquanto nossos momentos juntos pareciam voar. Logo decidimos que queríamos viver nossa vida juntos e, a cada dia que passa, temos ainda mais certeza da nossa decisão, pois nosso amor não esfria. Ao contrário, se renova a cada 24 horas, sete dias por semana.”
Patrícia conta que um dos desejos do casal era subir a Agulha do Diabo, em Teresópolis, no Rio de Janeiro. O sonho foi realizado em junho deste ano.
“Agora, temos que buscar um novo objetivo, apesar de já termos vários candidatos. Na escalada, queremos subir a Caixa de Fósforo e o Corcovado. Nas trilhas, queremos fazer duas travessias famosas: a Serra Fina e a Marins x Itaguaré, além dos Lençóis Maranhenses. E ainda temos um plano guardado: fazer o Caminho de Santiago de Compostela.”
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