Refazer foto de escola 30 anos depois foi pura emoção em Bonito
Grupo se conheceu nos anos iniciais da escola Sagrada Família e, desde 2014, voltaram a se aproximar
Enquanto a maior parte dos registros de hoje acabam ficando perdidos nos celulares, os momentos capturados na infância de ex-alunos da escola Sagrada Família, de Bonito, estão muito bem guardados. E, longe de ficarem empoeiradas dentro de gavetas, as fotografias são pura emoção, ainda mais quando o grupo de amigos que cresceu junto decidiu refazer uma delas para comemorar os 30 anos da imagem.
No #TBT de hoje, as lembranças são de quem passou a infância brincando de elástico, pulando cipós, tomando banho de piscina e tendo uma Bonito diferente como cenário. Auxiliados pelas fotografias, eles contam que memórias não faltam e, o melhor de tudo, é poder continuar com a amizade que começou quando seus universos eram só festa.
Morando no Rio de Janeiro, a professora Vanessa de Souza Bandeira conseguiu se programar para participar de mais um encontro do grupo e conta que tudo recomeçou em 2014.
Apesar de terem se conhecido na infância e grande parte do grupo seguir estudando junto durante o ensino fundamental, a maioria se distanciou devido a mudanças de cidade. Ainda assim, alguns continuaram mantendo contato, mas o vínculo realmente foi retomado quando um grupo de WhatsApp foi criado.
“Foi quando conseguimos encontrar a maioria da turma e surgiu a ideia do nosso primeiro encontro, que aconteceu em 2019. Já nesse encontro, começamos a pensar no próximo, que aconteceu agora em janeiro. Fizemos isso com bastante antecedência, o que facilitou que as pessoas de outros estados pudessem estar presente”, diz Vanessa.
Os dois reencontros foram em Bonito e tiveram o momento de refazer a tradicional fotografia da 3ª série, mas 2025 ganhou um destaque a mais por celebrar as três décadas do registro.
Voltando para a época da infância, Vanessa comenta que Bonito era muito diferente, menor do que hoje e, consequentemente, facilitou o contato das crianças fora da escola.
“Não somos da geração digital, nossa infância foi correndo, andando de bicicleta, brincando ao ar livre. Nos encontrávamos para tomar banho de piscina, pular cipó, pular elástico, jogar queimada, entre outras brincadeiras em grupo”, explica a professora.
Sem esquecer e deixar de lado os sentimentos que fazem parte de suas histórias, Vanessa comenta que se encontrar com os amigos é uma forma de aquecer essas memórias e manter os laços vivos. “E o mais gostoso é perceber que o tempo passou, a vida levou cada um para um lado e ainda assim a amizade continua, todos torcendo uns pelos outros”.
Compartilhando dos bons sentimentos, a médica Kamille Farah Said brinca que a melhor parte de estar entre os amigos é perceber que continua se sentindo confortável ao lado do grupo. E que, no caminho, a infância parece continuar por ali.
Apesar de ter nascido em Curitiba, ela se mudou para Bonito ainda pequena e começou a estudar na pré-escola com parte do grupo, tendo seguido com alguns até a 8ª série. Depois, retornou para sua cidade-natal e retornou a Mato Grosso do Sul para cursar medicina.
Por isso, voltou a encontrar parte dos amigos que também frequentavam ou moravam em Campo Grande. Exemplo disso é que fez o parto de filhos de amigos, acompanhou a gestação e passou a integrar as novas fases da vida.
Mas, voltando para o período nostálgico, a médica brinca que ter passado a infância em Bonito com os amigos garantiu uma sequência de memórias. Das queimadas e buscas por madeira para jogar bets na rua até as festas na piscina de sua casa, o convívio era intenso.
Durante a manhã, as crianças estudavam e, pela tarde, criavam até clubinhos com direito a cartão para participar. E, revivendo as emoções trinta anos depois, a médica comenta que a sensação é de não ter abandonado os vínculos.
“A gente se relaciona igual quando criança, brincando, lembrando das coisas, dos apelidos, é algo muito verdadeiro e ninguém tem frescura”, completa.
E, além da diversão, é claro que ficar emocionado integra toda essa história, como destaca o jornalista Rodrigo Corrêa. Tendo frequentado a escola entre 1992 e 1995, ele explica que se mudou para Bonito devido ao trabalho do pai e se lembra de como a instituição era pequena.
Até por isso, o grupo seguiu estudando junto, já que novas turmas eram formadas conforme as crianças cresciam.
“Fiz grandes amigos que marcaram minha infância e toda minha vida. A gente tinha um clima de muita amizade, de muita ligação. Lembro que íamos para a escola juntos, voltávamos, tinha almoço e de tarde era brincadeira de novo porque todo mundo morava mais ou menos perto”, explica Rodrigo.
Além das aulas regulares, as atividades desenvolvidas pela escola também fizeram diferença. O ex-aluno explica que as datas festivas eram comemoradas e nunca faltava teatro e jogral orientados pelas freiras que lideravam o ensino.
Inclusive, o papel das irmãs também fez toda diferença para o jornalista. “Elas realmente nos fortaleceram como estudantes, eram um complemento da educação. Lembro que elas jogavam bola com a gente e existia um clima de muita ingenuidade, mas de muita seriedade. Essa amor que elas davam foi importante para mantermos nossos laços”.
Todos esses pontos foram compartilhados na última reunião e, pensando sobre o que acabou marcando ainda mais o momento, Rodrigo completa dizendo que a nostalgia, o saudosismo e a alegria de se ver são a chave para a emoção. “Tinha gente que eu não via há quase 30 anos e a felicidade foi a mesma de poder se encontrar e se abraçar”.
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