MS tem rota para ‘mergulhar' na Mata Atlântica até com caiaque
Região do Vale das Águas desenvolveu roteiro para observação de aves pelas unidades de conservação
Muito se fala sobre as paisagens do Pantanal e do Cerrado em Mato Grosso do Sul, mas você sabia que também há Mata Atlântica por aqui? Inclusive, um grupo de instituições se reuniu e criou um roteiro que dura entre 5 e 7 dias percorrendo espaços de preservação desse bioma para curtir a natureza e fazer observação de aves.
Diretor-executivo da IGR (Instância de Governança Regional) Vale das Águas, José Benito detalha o trajeto feito para incentivar o turismo contemplativo na região sudeste de MS. Nele, os destaques incluem a observação do bioma em questão, presença de muitas aves e até a travessia de parte com caiaque (na Rota dos Pioneiros).
Explicando sobre o Vale das Águas, um relatório emitido pela IGR define que une os municípios de Anaurilândia, Angélica, Batayporã, Ivinhema, Jateí, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul e Taquarussu para desenvolvê-los turisticamente.
Como parte das ações, houve a criação da rota de observação das aves nas unidades de conservação da Mata Atlântica do Mato Grosso do Sul. Apesar de ser focada em bons pontos para passarinhas, o caminho também é um convite para conhecer mais este lado da natureza no Estado.
Hoje, pensando nas espécies registradas, a rota possui mais de 370 aves. A expectativa da IGR é de que o número aumente conforme a maior presença dos observadores no território.
Apesar de ser apresentada pela direção do Vale das Águas, a rota foi desenvolvida também pelo Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, Rede ApoMS, Parque Natural Municipal de Naviraí, de Glória de Dourados, Fazenda Laranjal, RPPN Ernesto Vargas Baptista, Comunidade do Assentamento São João e Teijin.
Houve, também, apoio da Fundação de Turismo de MS, Imasul, Programa Cerrado Circular, Rota dos Pioneiros, Sebrae e Líder Conevale.
Sugestão de caminho
Partindo de Campo Grande, o destino final seria a Reserva Biológica Maracaju em Mundo Novo. Segundo as instruções apresentadas por José, os 929 km levam entre 5 e 7 dias de viagem para aproveitar todas as unidades de conservação.
A Capital está no Cerrado, mas Nova Andradina já começa a ter a presença da Mata Atlântica. Por lá, a Cabeceira do Mimoso possibilita ver a transição entre os dois biomas. “É possível se hospedar na Fazenda Laranjal com autorização do proprietário, ou ir até Nova Andradina, que está a cerca de 25 km”.
Seguindo, a próxima parada é em Glória de Dourados no Parque Natural Municipal. São cerca de 20 hectares que se ligam à agricultura familiar, sendo possível se hospedar no próprio parque.
Unindo Jateí, Naviraí e Taquarussu, a Mata Atlântica está presente no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema com cerca de 73 mil hectares.
Confira a galeria de imagens:
“Há uma gama de outras atividades como o pôr do sol, cicloturismo, caminhada, caiaque pela Rota dos Pioneiros (que é a maior trilha aquática do Brasil e que passa por ali). Há possibilidade de hospedagem no próprio parque, assim como nos municípios de Jateí e Novo Horizonte do Sul”, descreve o relatório emitido pelo Vale das Águas.
No município de Naviraí, a indicação é visitar o Parque Natural Municipal de Naviraí e seu complexo, que em boa parte é composto por estradas de chão. Em Eldorado, a Reserva Particular de Patrimônio Natural Ernesto Vargas Batista ainda está em desenvolvimento e pode ser visitada durante uma manhã.
Para fechar, o último destino seria o Refúgio Biológico de Mbaracayú, em Mundo Novo e Salto del Guairá, no Paraguai. “Apesar de a Unidade de Conservação ser gratuita, ela abre de quarta a domingo, das 8h às 16h. É um ambiente que vale conhecer, primeiro por ser uma floresta plantada e planejada durante um trabalho de décadas e, segundo, por ser um destino com foco no aviturismo”.
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