Banheira de gelo é nova moda de quem busca desafio ‘zen’
Atividade é comum no universo esportivo, mas agora tem se espalhado entre a galera das práticas milenares
Você entraria em uma banheira preenchida com gelo e conseguiria continuar ali por quase cinco minutos? Em Campo Grande, a prática tem ganhado adeptos que não tem nada a ver com os esportistas que já usam a terapia para o corpo, mas sim que buscam uma vida mais “zen”.
Uma vez ao mês, Flávia Filipe conduz um grupo de pessoas durante encontros que levam cerca de 1h30min. Mas, antes de se assustar, saiba que o momento de imersão na água gelada dura cerca de três minutos para cada pessoa e a maior parte do tempo é dedicada a uma sessão de respiração guiada.
Em geral, a banheira de gelo costuma ser usada por atletas para reduzir a inflamação e diminuir o fluxo sanguíneo. Em consequência, pode haver um alívio das dores musculares e também acelerar a recuperação. Apesar desses benefícios também serem buscados pelos praticantes em Campo Grande, o foco é outro.
“Nosso foco é realmente ser mais uma terapia para a mente e para o espírito do que para o corpo físico, mas é claro que as pessoas também vão ter esses benefícios. Sempre adianto que é uma experiência muito pessoal e subjetiva, então temos pessoas que saem super energizadas, animadas, enquanto outras saem mais introspectivas e reflexivas”.
Então, para a guia da prática, o que mais chama atenção no desafio de entrar na banheira é que cada um deixa uma marca em sua mente dizendo que consegue, sim, fazer coisas difíceis. Ali, o conforto é despertado em algo que poderia ser apenas desconfortável.
Mas, como já antecipado, a prática não envolve apenas entrar na banheira.
“Mergulhar no banho de gelo rouba os holofotes, mas o exercício respiratório que é a estrela principal. Muitas pessoas acham que os banhos gelados sejam a parte mais desafiadora e transformadora e, embora isso seja verdade, nem tudo seria possível sem primeiro preparar o corpo com exercícios respiratórios para conectar nosso corpo e mente e aproveitar nossa plenitude, além da força interior”, diz Flávia.
Na prática, a guia de meditação explica que os 40 minutos (mínimos) de respiração fazem com que o corpo e a mente dos participantes sejam tranquilizados e preparados para a imersão.
Detalhando o roteiro das sessões, Flávia começa o encontro fazendo a chamada “limpeza energética” com sálvia branca e tigela tibetana. Nesse momento, é explicado aos participantes sobre dinâmica e cada etapa.
Durante as técnicas de respiração, cada integrante recebe as orientações baseadas em tudo o que Flávia viveu e, por fim, vem a banheira.
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Entre os benefícios do conjunto completo, ela cita a melhora na imunidade, diminuição de dores, inflamações, aumento na performance, redução de estresse, melhora no sono e outros. Mas os resultados na mente são o foco.
“Regulação do sistema nervoso, melhora na concentração, clareza mental, redução da ansiedade, aumento da vitalidade, energia, resiliência e força de vontade”, cita Flávia.
Compartilhando o que é bom
Longe de ter surgido do “além”, a trajetória da orientadora começou em 2013 com ela buscando formas de se conhecer melhor e encontrou nas “curas espirituais” formas de liberar bloqueios, quebrar padrões e conseguir olhar para si mesma.
Desde então, participou de workshops, começou a fazer yoga e aprendeu novas filosofias, tendo se conectado principalmente com o Kundalini Yoga (prática que combina posturas, meditação, respiração e cantos para, segundo sua teoria, despertar uma energia adormecida na coluna vertebral).
Em união ao Kundaline, Flávia também aprendeu sobre outras filosofias e só começou a trazer a prática do gelo após um curso com Wim Hof, um polonês conhecido como o homem do gelo.
“Tudo, desde as técnicas de respiração quanto o momento na banheira, está interligado. Costumo dizer que são diferentes formas de falar uma mesma coisa. Sobre a minha trajetória, eu buscava algo que fizesse a alma vibrar e que quisesse compartilhar. E tudo isso foi tão bom para mim, mudou tanto a minha vida que não tinha como eu não compartilhar com outras pessoas”, descreve.
Além disso, Flávia viajou para vários lugares do mundo, conheceu outras culturas e completa dizendo que fazer algo diferente não é fácil e nossa mente costuma tentar desistir. Mas que tentar o novo vale a pena e se abrir para as técnicas de respiração e os desafios do gelo fazem parte de tudo isso.
E, quem se interessar, pode procurar por Flávia M. Filipe nas redes sociais para verificar sobre as próximas sessões.
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