O Natal não será o mesmo para quem entrou na era do Mounjaro
Nutricionista explica como manter a tradição sem matar o espírito de Natal e ficar "só na água"
O Natal sempre foi sinônimo de exagero à mesa. Prato cheio, repetição, sobremesa sem culpa. Mas, para quem entrou na era das canetas emagrecedoras, especialmente o Mounjaro, essa lógica começou a falhar. A ceia farta já não é mais garantia de prazer e, em muitos casos, virou motivo de apreensão. Não faltam memes nas redes sociais com gente tirando sarro do assunto, mas que no fim é coisa séria.
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O uso de canetas emagrecedoras durante as festas de fim de ano requer atenção especial para evitar desconfortos. Segundo especialistas, não é necessário abrir mão totalmente da ceia de Natal, mas é preciso fazer escolhas inteligentes na alimentação, especialmente para usuários do Mounjaro, medicamento que reduz o apetite e retarda o esvaziamento gástrico. A nutricionista Ana Paula Cunha recomenda começar pelas proteínas, comer devagar e em pequenas porções. Carnes assadas, legumes e saladas são opções mais seguras. O consumo excessivo de alimentos gordurosos e doces pode causar náuseas, estufamento e vômitos. É fundamental manter acompanhamento médico e nutricional para garantir uma perda de peso saudável e sustentável.
Entre quem usa as fórmulas para perda de peso, não faltam relatos de frituras que “derrubam” o estômago, doces que se tornam intragáveis e refeições interrompidas logo nas primeiras garfadas. Em clínicas de nutrição, cresce o número de pessoas que chegam às vésperas das festas se perguntando se vão conseguir encarar o prato tradicional ou se o corpo vai apertar o freio antes mesmo da metade da ceia.
Segundo a nutricionista Ana Paula Cunha, sim, a ceia pode estar ameaçada se a pessoa não souber o que comer para se nutrir de forma que preencha todos, ou parte, dos requisitos de uma alimentação: carboidratos, gorduras boas, fonte de proteína, vitaminas, minerais e fibras.
Ela explica que quem usa esse tipo de medicação precisa lidar com uma mudança real no funcionamento do corpo.
“O Mounjaro é a medicação mais utilizada e merece atenção especial. Ela reduz o apetite e retarda o esvaziamento do estômago. Com o excesso de comida, principalmente alimentos típicos do Natal, como chocotone, rabanada, maionese, carnes gordurosas e sobremesas doces, o risco de náuseas, estufamento e vômitos é real.” A sensação de estufamento chega rápido, e exagerar pode custar caro.
Isso significa que todo mundo vai passar a noite só na água? A resposta é não. Ana explica que o corpo avisa antes e que, para aproveitar a ceia sem desconforto, é preciso não desrespeitar esse aviso.
“Respeite a nova resposta do seu corpo: a sensação de saciedade chega mais rápido, então coma devagar, em pequenas porções, e, para não errar, comece sempre pelas proteínas, como carnes, grão-de-bico e lentilha. Não deite logo após a refeição e, se consumir bebida alcoólica, intercale com água. Assim, você consegue curtir a ceia com equilíbrio, sem abrir mão do prazer de comer bem, mesmo usando essas medicações.”
Segundo ela, casos graves de pessoas que usam os medicamentos e passam mal por passar do limite são raros, mas existem. Os exageros podem levar à desidratação e até a atendimento médico, especialmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas.
A boa notícia é que tradição não precisa chegar nesse ponto. Dá para montar uma ceia mais leve sem matar o espírito natalino. “Carnes assadas ou grelhadas, menos frituras, moderação em preparações gordurosas, inclusão de legumes, saladas e frutas, e controle nas sobremesas e doces típicos. O objetivo é aproveitar a ceia sem exageros e de forma segura.”
Outro ponto pouco discutido é o risco geral do uso desses medicamentos. Sem acompanhamento nutricional e médico, quem usa canetas emagrecedoras pode acabar comendo pouco e mal.
“Faltam alimentos ricos em proteínas, carboidratos de qualidade, gorduras boas, vitaminas e minerais, nutrientes essenciais para o corpo. Um dos maiores prejuízos é a perda de massa muscular, que pode evoluir para sarcopenia. A doença é caracterizada pela falta de força muscular, comprometendo a mobilidade, o equilíbrio e a saúde geral”, alerta a nutricionista.
E os doces? Não existe regra única, segundo ela. Algumas pessoas ainda toleram pequenas quantidades, enquanto outras perdem completamente a vontade. Há também quem tente trocar a refeição inteira por um pastel ou outro alimento gorduroso. Mas aí é que mora o perigo. O corpo não aguenta mais. Não é estratégia, é armadilha.
A gordura causa um estrago no organismo naturalmente, mas, associada ao uso de Mounjaro, provoca enjoo e sensação de estômago parado, já que o alimento fica mais tempo no estômago. Já os doces causam picos de glicemia seguidos de queda, aumentando o risco de mal-estar, cefaleia e até hipoglicemia em quem usa o medicamento.
Vale ressaltar que essas pessoas também devem evitar ultraprocessados e apostar na comida de verdade, como arroz, feijão, hortaliças, carnes magras, ovos e frutas. Especialistas recomendam priorizar refeições menores ao longo do dia, aumentar a ingestão de água e investir em alimentos ricos em fibras e proteínas magras, como legumes, verduras, grãos integrais, ovos e peixes.
“Ter acompanhamento nutricional é fundamental para garantir que você emagreça de forma saudável, sustentável e duradoura, além de ajudar a evitar o reganho de peso ao suspender a medicação”, completa
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