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Sabor

Freguês se esbalda com ‘prato de pedreiro’ a R$ 23 no Tiradentes

Com direito a churrasquinho todo dia, restaurante oferece prato com fartura e atrai muitos trabalhadores

Por Natália Olliver | 16/05/2025 06:10
Freguês se esbalda com ‘prato de pedreiro’ a R$ 23 no Tiradentes
Pessoal não tem vergonha de lotar o prato, e se não cabe dos lados, o jeito é fazer montanha (Foto: Marcos Maluf)

Quem passa pela Avenida José Nogueira Vieira, no bairro Tiradentes, não consegue escapar da fumaça do churrasco de Dilzon Carvalho, que domina toda a rua. Os famosos pratos de pedreiro (aqueles bem cheios) são comuns, e essa é a cena que os proprietários mais veem. Ali, o pessoal não tem vergonha de lotar o prato e, se não cabe dos lados, o jeito é fazer montanha.

O prato feito custa R$ 23, e o cliente pode se servir com o que couber nele. A carne vem à parte, mas também está no balcão térmico. Para quem gosta de carne e de um espaço simples, é um alívio para o bolso e felicidade para a barriga, já que custa pouco em comparação a outros lugares da cidade.

Tem gente que bate ponto no restaurante, que também pertence ao filho, Luan Lima da Silva, de 23 anos. Enquanto o pai coordena a churrasqueira, ele atende o público no balcão e comenta que estão no ritmo acelerado há quase três anos e que essa foi a segunda tentativa da família de fazer o próprio negócio dar certo.

Freguês se esbalda com ‘prato de pedreiro’ a R$ 23 no Tiradentes
Dilzon Carvalho, dono do restaurante onde pessoas podem fazer prato caprichado (Foto: Marcos Maluf)

As regras do espaço são claras: pode se servir uma vez pelo valor, mas quem quiser repetir precisa pagar R$ 35. Além do self-service, a dupla serve marmitex por R$ 17, R$ 20 e R$ 22.

“Aqui é pra comer igual pedreiro, o pessoal gosta bastante, ainda mais por poder montar. Sempre vem arroz, feijão, mandioca, batata-doce e farofa. Mas o resto vai variando. A farofa é o carro-chefe, tem cebola e farinha em flocos. Quem vem mais é o pessoal que trabalha em construção. Ao todo, a equipe é formada por três pessoas na cozinha, três para atendimento e o meu pai na churrasqueira.”

Freguês se esbalda com ‘prato de pedreiro’ a R$ 23 no Tiradentes
No balção térmico sempre tem arroz, feijão, mandioca, batata doce e farofa (Foto: Marcos Maluf)

Thiago Borges Pereira, de 32 anos, é um dos que bate ponto no local. Ele sempre faz uma montanha de comida, mas hoje garante que o prato ainda está modesto.

“Sempre almoço aqui, e hoje estou humilde porque comi salgado de manhã. Trabalho com reciclagem, é pesado. Até umas 15h isso me sustenta, mas tem o lanche da tarde. É bom aqui porque é tranquilo e come à vontade. O preço é o valor de uma marmita M por aí que não vem quase nada.”

Aos 53 anos, Dilzon conta que o restaurante é um sonho e que mexe com carnes há 30. Ele ressalta que até as carnes que não são usadas no churrasco ele faz. O segredo é o tempo e o preparo delas para que fiquem macias.

“Na verdade, não tem segredo. Eu trabalho com carne há 30 anos. Hoje não tem mais carne ruim. Trabalho com ponta de costela, costela, capa de coxão mole. A gente vai variando. Trabalha com preço, variando de acordo com o preço. Hoje não existe carne que você não consiga fazer no churrasco. Tem que saber fazer, só.”

Freguês se esbalda com ‘prato de pedreiro’ a R$ 23 no Tiradentes
Dilzon trabalha com churrasco há 30 anos e há 3 está com o próprio negócio (Foto: Marcos Maluf)

Ele acrescenta que, no caso do coxão duro ou ponta de peito, é preciso colocar a carne por mais tempo na grelha, porque ela não assa rápido. Segundo ele, o segredo é ter paciência, deixar longe do fogo alto para fazer aos poucos. Já os contrafilés e picanhas são mais rápidos e mais caros.

“Isso é economia também. Agora que a gente começou a lucrar. Antes era pagar a dívida. A minha vida toda trabalhei em restaurante — em um fiquei 20 anos como funcionário. Sempre foi um sonho fazer algo meu. Eu trabalho com eventos fazendo churrasco particular, tive a oportunidade e investi. A gente tentou o espeto em um lugar complicado.”

Na marmita, a fartura também é visível. Dilzon comenta que, nelas, o padrão é 200g de carne, mas que sempre deixa passar um pouco: “Está sendo ótimo, eu gosto demais de trabalhar assim. No papel eu coloco média de 200g de carne, mas sempre dou mais. Quando as pessoas pedem mais, eu mando.”

O pintor Nelson Antônio, de 53 anos, compra a marmita média todos os dias. Ele estava na fila esperando a carne na quentinha.

Freguês se esbalda com ‘prato de pedreiro’ a R$ 23 no Tiradentes
Thiago Borges Pereira come no local todos os dias e é dono do "patrão de pedreiro"  (Foto: Marcos Maluf)

“Pego aqui e já vazo. Venho todo dia. Aqui a gente se serve e escolhe o que quer. Essa é a diferença: não tem desperdício, porque eu pego só o que eu como, sirvo o que eu quero. Pago R$ 20,00, padrão, compensa. Escolho os pratos variados, mas não pode faltar carne.”

Quem é novo no restaurante, mas já gostou, é o estudante de medicina Rodrigo Araujo de Cardoso, 26 anos. Essa é a segunda vez que ele vem até o local.

“Essa é a segunda vez que venho aqui, gostei do prato. Normalmente um prato me sacia, mas é um pratão. A gente pode colocar o quanto quer. Peguei dica no trabalho para vir aqui, o pessoal elogia bastante. Isso é o mais atraente: se servir à vontade.”

O Fusion Restaurante Grill funciona das 10h30 às 13h30 a e à noite das 18h30 até 22h30, de terça a domingo na Av. José Nogueira Viêira, 1851 - Tiradentes. Na  jantinha o cardápio conta com arroz, farofa e mandioca.

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