Rodízio de petiscos tem "Matula" e "Buraco" com pão francês e carne moída
Aruanã é nome de peixe. Mas isso não tem nada a ver com a história do restaurante que está há 7 anos em Campo Grande e desde fevereiro desse ano decidiu abrir definitivamente as portas à noite. Agora, serve um rodizio de petiscos para quem gosta de comida de boteco.
Por R$ 35,00 é possível comer à vontade. A ideia é sempre ter, no mínimo, sete variedades diferentes. Mas, geralmente, tem mais, e nunca são os mesmos. Toda a noite, a casa também tem um caldinho diferente. O rodizio começa com um caldinho de entrada, se o cliente aceitas e depois os outros quitutes vão passando pela mesa dos fregueses.
No dia em que o Lado B apareceu para conhecer o esquema, o rodízio tinha pastelzinho de carne e de queijo, coxinha de camarão, bolinhos de cabotina, mini quibe, escondidinho de carne seca, linguiça acebolada, polenta frita e duas opções mais elaboradas. O "Buraco" é um mini pão francês recheado de carne moída. A "Matula Pantaneira" tem combinado de carne de sol desfiada com mandioca.
Com muita atenção, Roberto Falcão, de 41 anos, recebe os clientes como um amigo que chega em casa. O ditado popular de que "é o olho do dono que engorda o boi", se aplica bem. Mas ele não só cuida de perto e dá atenção aos clientes, Roberto coloca a mão na massa, serve mesas, atende telefone e faz tudo com uma dedicação louvável.
O restaurante começou com o trabalho de buffet, realizado até hoje pela casa, e nasceu do desejo de Roberto e da esposa de abrirem o próprio negócio, voltado para a gastronomia brasileira, com dias temáticos na semana, como a quarta das massas e a sexta da caipira.
Com nome indígena, o significado carrega uma história interessante. "Nós queríamos um nome bem regional", comenta. E foi no CD do Grupo Acaba que o dono encontrou a palavra Aruanã. "Eu pensei que tinha boa sonoridade, liguei e falei com um dos músicos do grupo e ele me explicou que 'Aruanã reto', como falava a música, significava o retorno à casa divina. Na cultura xavante, uma oca onde se reuniam os índios com um grau espiritual elevado. Foi o que ele me explicou e essa era ideia de ambiente de paz que a gente queria passar", explicou.
No inverno do ano passado surgiu a ideia de abir à noite para vender caldos, porque até então só se servia almoço. Como a experiência deu certo, este ano o restaurante decidiu entrar de vez no mercado noturno também. "Nós queríamos servir algo diferente, muitos clientes queriam que nós fizemos sushi, mas com muita conversa chegamos a ideia de servir comida de boteco. Assim nasceu o rodizio. A pessoa tem a oportunidade de provar em uma noite uma variedade de sabores".
Entre as opções, uma das mais queridas tem a cara de Mato Grosso do Sul, a "Matula Pantaneira". E a receita é simples da comida tipica de comitivas. O segredo do sabor está no cuidado na hora da preparação.
Ingredientes:
1kg de carne de sol Duas cebolas
Azeite a gosto
1 kg de mandioca fresca
Preparo
A receita começa na escolha da carne. Para garantir a qualidade do prato, é preciso escolher uma carne de sol de qualidade, de preferência de colchão duro, magra e suculenta. É recomendado também que a carne seja soreada apenas de um dia para o outro. Após esse cuidado, a peça é cozida apenas com água e depois desfiada.
Em seguida, corte a cebola em rodelas, e coloque junto com a carne desfiada para fritar no azeite. Roberto explica que é importante utilizar azeite ao invés de óleo e ir fritando a carne e a cebola, colocando o azeite aos poucos.
Em outra panela, frite a mandioca já cozida, mas de maneira rápida, dando apenas um mergulho de poucos minutos com o olho bem quente para ela não desfiar.
Depois, é hora de adicionar a mandioca frita à carne e mexer um pouco para casar o sabor entre os dois ingredientes principais. A receita rende uma porção para duas pessoas.
Anote: A casa tem música ao vivo e o rodízio é servido de quarta a sexta-feira. De 18h às 23h. O Aruanã fica na Rua Rui Barbosa, 3987.