Simpatia de dona Geo fez "caldo de cana da ximbica" virar sucesso

Geovane da Silva Garcia, 42 anos, mais conhecida como dona Geo, virou figura de sucesso com a sua “Ximbica”, apelido dado por ela para o carrinho de caldo de cana, que também é atração no Bairro Aero Rancho.

Tudo começou em meio à pandemia, Geo precisou deixar o trabalho como empregada doméstica para cuidar do filho caçula, Daniel da Silva Garcia, de 7 anos. Mas com as contas batendo à porta, o jeito foi encontrar uma saída para alimentar a família.

“Com o pouco que recebi do meu acerto, fizemos um empréstimo e montamos o nosso caldo de cana. No início, o carrinho era precário, então conseguimos reformar graças a pessoas que se solidarizaram”, conta..

Há dois meses, empresários de Campo Grande se movimentaram para reformar e dar uma cara nova ao carrinho da morada. Foi então que a "Ximbica" virou atração pelo bairro, tanto pela beleza do novo carrinho quanto pelo preço do caldo de cana que, segundo Geo, é um dos mais baratos da cidade.

O caldo de cana de abacaxi e o de limão de 500 ml, por exemplo, custa R$ 5,00 e o de 300 ml vale R$ 3,00.

“A clientela aumentou muito, graças a Deus atendemos muita gente não só aqui do bairro, mas de outros lugares que querem vir tomar a nossa garapa”, comemora.

Geo conta que a Ximbica começou tímida e foi se estabelecendo aos poucos. “Começamos em frente a nossa casa, depois conseguimos o ponto da esquina onde tem maior movimento”.

Empolgado com o empreendimento da mãe, Daniel se gaba dizendo que não tem preguiça e adora ajudar de vez em quando no atendimento. Para a mãe, a presença do filho é dose extra de motivação. “Ele está treinando para quando ele puder trabalhar, mas já recebe pagamento, e gasta uma parte com doces, por que a outra ele guarda no cofrinho, eu ensino a importância de poupar”, conta orgulhosa.

Emocionada, Geo revela que já recebeu críticas, mas não abre mão de trabalhar ao lado do filho. “Muitas pessoas já me criticaram porque ele ainda é pequeno, mas prefiro ensinar pra ele o valor do trabalho, eu não estou escravizando ele, não é nenhuma vergonha mostrar a ele o que faço”, acrescenta.

O carrinho foi a salvação de Geo durante a pandemia, mas a empreendedora relata que não é sua primeira experiência vendendo na rua. “Antes da garapa eu trabalhei dois anos vendendo bombom, fantasiada de boneca, pra ajudar minha filha a entrar no Exército”.

A filha de Geo não entrou nas forças armadas, mas com os cursinhos preparatórios conseguiu vaga para a faculdade de contabilidade.

Orgulhosa da mãe, Gabriela Garcia, ressalta a importância do caldo de cana que hoje se destaca. “Ela não mede esforços para poder dar tudo o que a gente precisa. Minha mãe é uma guerreira, ela e meu pai trabalham muito e não deixam faltar nada em casa, principalmente a mensalidade da minha faculdade”, destaca.

Geovane revela que não teve a mesma oportunidade que a filha, mas o incentivo e apoio não faltam.  “Se depender de mim meus filhos vão ter oportunidade, quero poder ver meus filhos formandos”, finaliza.

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